Universidades de Curitiba planejam aumento gradual de aulas presenciais

Apesar dos altos números de vacinação, o retorno à presencialidade acontecerá aos poucos
Por: Maria Fernanda Dalitz e Mariana Gomes Foto: Agência Brasil
Matéria atualizada as 15:12 de 30/09/2021
Após mais de um ano em ensino exclusivamente remoto, universidades do Paraná não têm previsão para retorno totalmente presencial no ano de 2021, mas planejam gradualmente aumentar a carga de atividades in loco. Com os números de vacinação em alunos universitários subindo e os casos de COVID-19 caindo cada vez mais, a volta para os campi será feita de maneira gradual na maioria das universidades.
De acordo com o Governo do Paraná, cabe a cada instituição definir seu próprio retorno, sendo a universidade privada ou pública. Essa decisão ocorre de maneira diferente das instituições de educação infantil (que já tem data para a volta às aulas presenciais), por respeito ao princípio constitucional da autonomia universitária. De acordo com o artigo 207 da Constituição Federal, todas as universidades do país possuem autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial.
Pontifícia Universidade Católica do Paraná
Considerando o alto índice de vacinação de seus professores e colaboradores e a manifestação dos estudantes, a PUCPR planeja para o mês de outubro um aumento das atividades presenciais em seus câmpus.
As aulas permanecerão no modelo Hyflex implementado em 2021; porém, com maior número de atividades presenciais nos câmpus. Nos próximos dias, a Universidade fará uma consulta com os estudantes sobre as perspectivas de um retorno presencial. É importante ressaltar que a presencialidade será opcional aos alunos.
Universidade Positivo
A instituição pretende, na próxima segunda-feira, 4 de outubro, seguir com o retorno seguro e gradual de atividades e algumas disciplinas de 27 cursos de graduação, conforme Resolução publicada na sexta-feira, 24 de setembro. Os acadêmicos poderão voltar aos campi Ecoville, Osório e Santos Andrade, na capital paranaense, em datas específicas e programadas pelos coordenadores, para aulas práticas e integrativas.
Universidade Federal do Paraná
A universidade começou o semestre letivo de forma remota ou híbrida, conforme a realidade local e a posição do colegiado de cada curso, que tem autonomia para determinar a necessidade de atividades laboratoriais. Ao todo, alunos de 178 disciplinas voltaram às salas de aula no modelo híbrido. Segundo a instituição, o retorno após 18 meses é gradual e acompanhado por uma equipe interprofissional, envolvendo diversos setores e seguindo um rígido protocolo de segurança. No entanto, de acordo com a assessoria de imprensa da UFPR, a instituição não tem previsão de voltar às aulas presenciais por completo.
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Já a UTFPR oferta atividades presenciais (ou híbridas) no ensino e na pesquisa. Segundo a instituição, o trabalho remoto será possibilitado para aqueles que ainda não completaram o ciclo de imunização contra a COVID-19. A maior parte das ofertas de disciplinas neste semestre (aproximadamente 97%) ainda ocorre na modalidade de ensino remoto
Vacinação de jovens e adolescentes
Com a vacina contra o coronavírus disponível para todos os jovens maiores de dezoito anos, os alunos das universidades começam a pedir pela volta às aulas presenciais. De acordo com os dados disponibilizados pela Prefeitura de Curitiba, aproximadamente 87% de todos os curitibanos entre 20 e 25 já foram vacinados com a primeira dose. O número de vacinados entre 15 e 18 anos é menor, chegando a 30%, mas espera-se um aumento após o início da vacinação de adolescentes com e sem comorbidades no dia 22 de setembro. Ao questionar os universitários já vacinados, 82% demonstraram interesse na volta das aulas presenciais o quanto antes.
Para a aluna de biologia da Universidade Federal do Paraná Laís Guralh da Silveira, a volta das aulas presenciais só é uma opção quando a maioria da população já estiver imunizada. “Uma vez imunizada (com as duas doses da vacina e após o tempo indicado), eu me sinto segura para voltar a ter aulas presencialmente. Porém, para que seja seguro para todos, só apoio a volta das atividades presenciais quando o país atingir 70% da população imunizada.”