Um a cada cinco jovens fazem uso de cigarros eletrônicos e estatística preocupa especialistas

por Gabrielle Tiepolo da Luz
Um a cada cinco jovens fazem uso de cigarros eletrônicos e estatística preocupa especialistas

O uso de cigarros eletrônicos acarreta diversos problemas de saúde e pode ser a entrada para outros tipos de psicoativos, segundo especialistas. 

Por Caio Jordão, Gabrielle Tiepolo e Lara Wilsek | Imagem via Ruslan Alekso

Um a cada cinco jovens de 18 a 24 anos usa cigarros eletrônicos no Brasil, segundo o relatório COVITEL, Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas não Transmissíveis em Tempos de Pandemia, realizado pela APS e divulgado em abril deste ano. O estudo entrevistou 9 mil brasileiros e revela que a região centro-oeste é a que mais utiliza os aparelhos, sendo 11,8% da população, e o uso por homens representa mais que o dobro do que as mulheres. 

Este aumento preocupa especialistas pois, segundo o pneumologista Marcelo Tuleski, além dos impactos físicos gerados por esse uso, os cigarros eletrônicos, também, podem ser uma forma de iniciação desse grupo ao hábito de fumar cigarros convencionais ou drogas ilícitas. “O uso desse tipo de cigarro pode aumentar a chance de câncer e de doenças cardiovasculares, como o infarto do miocárdio e AVC. Além disso pode ocorrer o agravamento de doenças pulmonares pré-existentes, como asma e enfisema, bem como há risco de explosões e intoxicações.” explica o especialista. 

Além de afetar o funcionamento físico do corpo, o uso dos vapes e pods, também, acarreta problemas para a saúde mental, a psicóloga Bianca Vojciechovski explica que muitas vezes o uso pode começar como método de aceitação, mas pode levar ao vício. “O cigarro eletrônico tem substâncias como a nicotina que causam sensação de prazer e isso está ligado com o que faz desenvolver o vício. Assim, muitas pessoas quando estão passando por estresse acabam fumando em maior quantidade, buscando sentir prazer para ter alívio.”

            O universitário de 18 anos, Felipe Boscardin, conta que começou a usar cigarros eletrônicos no início do ano, quando ele estava indo em diversas festas e saía todo final de semana. Segundo Felipe, o que o fez começar a usar foi só a curiosidade de experimentar, para ver como era, e como gostou, não conseguiu parar mais e agora fuma frequentemente. “Uso todo dia, acho que não tem um dia que eu não use, tem vezes que eu uso menos e tem vezes que eu uso mais”, afirma. O estudante relata que chega a gastar em torno de 120 a 145 reais ao mês com o cigarro eletrônico, pois a resistência, parte que esquenta e faz o vapor, precisa ser trocada com frequência e com diferentes essências, aroma ou sabor. Em relação à impactos na saúde, Felipe não sabe ao certo, mas conta que se sente mais cansado e perde fôlego com mais facilidade. “Um lance de escada que eu subo eu já fico ofegante e às vezes eu tenho tosse”, afirma o jovem.

Por outro lado, o jovem estudante João Vitor Pelizer (20) já fumou vape, mas sabe que não usaria de novo. “Já experimentei, mas hoje sei que não usaria de novo, não me agrada, não gosto” disse João. O estudante compartilhou sua opinião sobre o uso de cigarros eletrônicos e o consumo atual entre os jovens. “Acho que banalizaram demais, é uma coisa que hoje virou extremamente comum e que pode fazer mal. Porém, ainda acho menos prejudicial que o cigarro normal” falou o universitário. João ainda disse que, muitos indivíduos, que fazem parte de seu círculo social, são grandes consumidores de vape ou pod, mas que ele não tem nada contra isso.






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