Surto do vírus mão-pé-boca preocupa pais e mães

por Izabelly Lira
Surto do vírus mão-pé-boca preocupa pais e mães

Saiba como prevenir crianças do vírus que está se espalhando de Curitiba e Região Metropolitana

Por Camila Dariva e Izabelly Lira

Causada pelo vírus Coxsackie, a mão-pé-boca é uma infecção de fácil contágio e comum entre crianças de até cinco anos, que têm deixado muitos pais em alerta devido aos surtos ocorridos em Curitiba e Região Metropolitana (RMC), principalmente em creches e escolas. A Secretária de Estado da Saúde do Paraná explica que os dados oficiais sobre o número de crianças infectadas não foram levantados, uma vez que a doença não passa por um sistema de notificação obrigatória.

Nas cidades de Colombo e Mandirituba, ambas da RMC, foram registrados, respectivamente, 50 e 90 casos. Em Curitiba, uma creche no bairro Santa Quitéria apresentou 14 bebês infectados, dos 15 matriculados no berçário, de acordo com uma das funcionárias.

A doença é caracterizada pelo surgimentos de feridas nas regiões internas e externas da boca, palma das mãos e sola dos pés e pela febre muito alta (média de 39º) e possui um ciclo médio de duas semanas, como explica a médica pediatra Lorena Costa Brzezinski. “Normalmente não é uma doença grave, mas é uma doença chata, que deixa a criança muito irritada. A doença não tem tratamento, é preciso esperar o vírus ir embora. Os medicamentos utilizados são sintomáticos, ou seja, servem para amenizar os sintomas”, esclarece Lorena.   

Ver a dificuldade do filho para caminhar foi que mais preocupou Wesley Frank, pai de Noah, de 1 ano e 10 meses, que contraiu o vírus na escola. Após ser levada ao médico, a criança começou a fazer uso de antialérgico para amenizar o incômodo causado pelas bolhas.

Cuidados nas escolas

Responsável pelo apoio técnico no Departamento de Educação Infantil do Núcleo Municipal de Educação, Jaqueline dos Santos Rodrigues explica que a presença ou a proibição de crianças infectadas nas escolas é dada de acordo com a orientação médica prescrita: “Se o profissional da saúde afastou a criança, isso deve ser cumprido”.

Jaqueline afirma que as medidas tomadas pelas escolas para a prevenção de doenças transmissíveis se dão pela higienização de brinquedos e pela orientação na desinfecção constante das mãos dos profissionais, com álcool 70.

As escolas recebem orientações a respeito da prevenção contra doenças virais periodicamente e, durante período de surtos, as informações são reforçadas por meio dos distritos sanitários de saúde, de acordo o diretor do Centro de Epidemiologia da Secretaria Municipal de Saúde, Alcides Oliveira.

Transmissão além das escolas

Além das escolas, o surto tem se espalhado por outros ambientes de uso comum entre crianças, uma vez que a transmissão da doença se dá através da saliva, fezes e urina. Naylin de Oliveira Osternack, mãe de Gustavo, de 1 ano e 8 meses, conta que o filho contraiu a mão-pé-boca no condomínio onde mora, mesmo com todos os cuidados de higiene.

A doença também pode espalhar erupções além da mão, do pé e da boca

Como prevenir

Para compreender melhor a mão-pé-boca, o Portal Comunicare convidou a médica pediatra Lorena Costa Brzezinski para compartilhar 5 dicas de cuidados sobre a doença:

Outras doenças

O médico pediatra Christiano Mendez explica que crianças abaixo de cinco anos possuem imaturidade imunológica, fator de risco importante para as infecções de vias aéreas superiores (Ivas) das quais 70% são virais, em creches. O fato de muitas delas não serem imunopreveníveis, como a mão-pé-boca, faz crescer o número de surtos nesses ambientes, onde normalmente a criança tem com contato direto com outras sete ou mais crianças. Diante disso,  faz algumas recomendações para famílias que pretendem colocar seus filhos em creches:

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