Skate Street feminino ganha espaço e se torna popular entre as jovens

Movimento Gurias no Skate reúne mulheres de todas as idades em prol do esporte em Curitiba
Por Amanda Gabrielle, Isabelle Almeida e Jéssica Pretto
Nos últimos anos, o skate feminino ganhou espaço no Brasil. Com a estreia do esporte nas próximas Olimpíadas, que foram adiadas devido ao surto do Covid19, mulheres têm encontrado uma forma de superar barreiras e assegurar a representatividade feminina na área.
Por causa da escolha do skate como novidade nos jogos olímpicos, os criadores de conteúdo Rodrigo Leal e Renan Castagnaro, do projeto #VidaDe1Skatista, relatam que há uma divisão no esporte, entre o “Skate Core” e o “Skate Raíz” e que sempre houve pouco investimento de empresas fora do Skate.
Com esse novo cenário, a visão de mercado do skateboard passou a mudar. Grandes empresas de diversos ramos começaram a investir na área. O campeonato contará com duas modalidades: Street e a Park. A Street é uma reprodução da rua, com rampas e corrimãos. A Park é adaptação do Bowl, prática que iniciou o Skate nos anos 70. Rodrigo e Renan comentam que na época do surgimento do esporte, a participação feminina era quase nula. Hoje, as mulheres já estão em grande quantidade ocupando as pistas e os campeonatos.
No dia 8 de março foi realizado o primeiro campeonato de skate feminino de rua na cidade de Curitiba. Uma das organizadoras a skatista Marina Veiga, mais conhecida como Ma, 27, é uma das criadoras do evento. Ela comenta que o projeto surgiu da necessidade de ter o feminino em evidência, porque, segundo ela, outros eventos de skate deixavam o feminino na última categoria ou não possuíam uma boa premiação. “Fui para São Paulo, comecei a correr em outros campeonatos fora, vi a iniciativa de outras mulheres fazendo. Então eu e uma amiga que é da segunda geração do skate feminino nos juntamos e decidimos fazer o evento.”
Marina comenta que a importância de fazer o campeonato é valorizar as meninas independentemente do nível, porque tem competições que disputam meninas de todas as idades, do infantil ao adulto. Ela ainda relata que o evento é o único que conhece que possui a categoria infantil que tem uma premiação.
Bianca Godoi, 7, uma das mais novas a competir no Rainhas do Pico começou no esporte ainda muito nova, com apenas 4 anos de idade por iniciativa própria, como conta seu pai Leandro Godoi. Eles que são de Itajaí, em Santa Catarina, e vieram para Curitiba somente para participar da competição. “Sempre fazemos essa turnê quando tem competição pelo estado, acompanhando ela nos campeonatos. No campeonato catarinense ela ficou em sétimo lugar, chegou a competir com mulheres de 30 anos”.No Rainhas do Skate, a menina ficou com o primeiro lugar na competição na categoria infantil.
Participando da competição, Bárbara Brixel, 22 anos, conta que depois que começou a andar de skate sua aparência mudou e ela começou a sentir sua própria identidade. “Menina andar de skate nunca foi muito aceito na sociedade, mas isso nunca foi uma barreira pra mim, sempre foi mais um incentivo”, comenta.
Os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 foram adiados oficialmente, pela primeira vez, por conta do surto do vírus, Covid19, que se espalhou pelo mundo. Vários atletas brasileiros apoiaram a decisão do Comitê Olímpico Internacional (COI) em suas redes sociais, como a skatista Pâmela Rosa.“Quero muito representar o meu país, sonho de infância, porém ficará para 2021. Vamos superar mais uma batalha dentre muitas que já tiveram em minha carreira”.