Saúde decreta epidemia de dengue no Paraná; focos aumentam em Curitiba

por Lívia Berbel 27.Abr.2022

No estado, foram registrados 94 mil casos de dengue desde agosto de 2021

Por Giuliano Boneti e Lívia Berbel | Foto: Lucilia Guimarães/SMCS

A Secretaria de Estado de Saúde (Sesa) declarou na última terça-feira (19) estado de epidemia de dengue no Paraná. Em apenas uma semana, o número de casos aumentou 39,86%. Em Curitiba, Agentes de Combate às Endemias constatam um número de focos do mosquito transmissor três vezes maior comparado à época similar do ano passado.

Segundo o boletim de dengue da Sesa, os números de casos de dengue no estado têm aumentado desde o ano passado. Além dos 80 mil casos notificados desde agosto de 2021, também foram aferidas cinco mortes nesse mesmo período.

Na última semana, quando a secretaria declarou epidemia, o aumento ultrapassou o ‘comum’. Os casos foram 16.560 para 23.161 em apenas sete dias. Já nesta semana, 6.849 novos casos foram confirmados, totalizando um aumento de 29,57% comparado aos dados do boletim passado.

Em entrevista ao site oficial do Governo do Estado do Paraná, o secretário de Estado da Saúde, César Neves, alertou a população e pediu cooperação dos moradores. “Apesar do nosso constante monitoramento, por parte da Vigilância Ambiental, os números aumentaram e agora precisamos reverter a situação. Já tivemos um trabalho efetivo de combate à doença no passado recente, com apoio da sociedade, e convocamos a população novamente para este enfrentamento.”

As cidades de Medianeira, Francisco Beltrão, Arapongas, Salto do Lontra, Ampére, Catanduvas, Cascavel, Iracema do Oeste e Realeza tiveram o maior número de casos confirmados nas últimas semanas.

Aumento de Aedes aegypti em Curitiba

Em janeiro deste ano, os agentes da saúde alertaram a população para o aumento de focos do Aedes aegypti na capital. Segundo os servidores, foram encontrados 90 focos positivos, número três vezes maior em relação ao ano passado, quando foram encontrados 26 focos. Embora não haja dados de abril sobre a dengue, o aumento desse número no início do ano continua sendo preocupante.

Segundo a Prefeitura, de dezembro do ano passado até janeiro deste ano foram visitadas mais de três mil residências para a fiscalização contra os focos do mosquito. Para o combate eficaz, a Prefeitura ainda reitera que a notificação da dengue é obrigatória em Curitiba e o SUS Curitibano está preparado para analisar os sintomas da doença e oferecer tratamentos eficazes.

Além disso, a Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba (SMS) afirma que mantém cuidados permanentes contra a dengue e outras doenças transmitidas pelo mosquito por meio do Programa Municipal de Controle do Aedes. Algumas das ações desse programa são: Instalação de ovitrampas, Curitiba Sem Mosquito e o Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa).

Epidemias de dengue no Paraná

As epidemias de dengue no Paraná não são novidade. Entre 2019 e 2020, o estado registrou um dos maiores números da doença, quando foram apontados mais de 227 mil casos da doença, sendo confirmados 117 óbitos.

Na época, o governo chegou a utilizar o fumacê (método consiste em um carro que lança uma fumaça com agrotóxicos pelas ruas das cidades) para combate aos mosquitos transmissores e, com o tempo, conseguiu retirar a nomeação de epidemia da situação.

Uma epidemia é caracterizada quando o número de casos é maior ao esperado pelas secretarias de saúde para um certo período do ano. Esse termo pode ser confundido com Pandemia, que é descrito quando a epidemia atinge outros países ou continentes, como a covid-19. Neste momento, a dengue está em situação de epidemia no estado do Paraná e em outros estados do Brasil.

Veja prevenções contra o mosquito da dengue

Para evitar a disseminação do mosquito Aedes Aegypti é necessário eliminar qualquer possível foco de água parada, pois o mosquito se aproveita dela para depositar os ovos. Alguns métodos são: