Saída de estudantes causa tumulto no trânsito no Juvevê

por Ex-alunos
Saída de estudantes causa tumulto no trânsito no Juvevê

Veículos estacionados em local proibido não permitem que dois carros passem em sentido contrário ao mesmo tempo

Por Guilherme Levorato

O trecho da Rua Atílio Bório entre as ruas Itupava e Conselheiro Carrão, no Juvevê, tem ficado tumultuado por falta de estacionamento para os pais dos alunos do Colégio Positivo da unidade Ambiental.

A rua é de mão dupla, e quando os carros estacionam dos dois lados da via fica impossível transitar. O que acontece? O motorista aguarda na entrada de alguma garagem os outros veículos que estão no sentido contrário até que ele consiga passar. Esse incômodo é gerado no período de saída dos estudantes da educação infantil, por volta de 11h30 às 13h.

O colégio dispõe de estacionamentos, porém o número de vagas não é suficiente para atender a todos os pais que vão buscar seus filhos. Quando o estacionamento enche, os carros fazem fila até a esquina e por lá permanecem até que possam entrar no estacionamento. Esse transtorno já começa antes mesmo dos portões se abrirem às 11h45.

Darci Teodoro, avô de um estudante, conta que chega mais cedo para tentar um lugar no estacionamento, “eu chego por volta de 11h30 para conseguir alguma vaga. Lota rapidinho o estacionamento”. Para ele, o correto seria não estacionar em nenhum dos lados da via. “Eu acho que não deveriam estacionar em nenhum dos lados da rua, se um caminhão quiser passar aqui, nós temos que arrumar outro lugar para parar porque no espaço que sobra não dá. Se um guarda de trânsito passar aqui, hoje, multa todo mundo”. Teodoro contou que não ficou sabendo de nenhuma orientação da parte do colégio para que os responsáveis não estacionem na rua enquanto esperam os alunos.

Já Ieda Rorato, avó de um aluno, diz que a melhor solução seria tornar esse trecho da rua de sentido único. “Para nós que vamos ao Positivo essa situação é confortável, mas para quem só quer passar fica difícil. O melhor seria deixar essa rua de mão única”.

A reportagem do Comunicare permaneceu no local por aproximadamente 40 minutos e presenciou outras infrações de trânsito como: estacionamento em local de carga e descarga, carros estacionados a menos de cinco metros das esquinas e veículos estacionados em guias rebaixadas. Na rua há placas que proíbem o estacionamento em um dos lados da via das 7h30 às 19h30 e placas especificando o uso das vagas, além de demarcações no chão.

Os responsáveis pelas crianças têm a opção de utilizarem estacionamentos pagos. Há um estacionamento na Rua Conselheiro Carrão, a uma quadra do Colégio Positivo, outro na Rua Almirante Tamandaré, que fica a três quadras do Colégio e mais um na Rua Itupava a uma quadra também. O problema é que os motoristas não querem pagar para permanecer na vaga por pouco tempo.O preço para 30 minutos estacionado varia de R$ 2,50 até R$ 3,50.

A reportagem do Comunicare informou a Secretaria Estadual de Trânsito (Setran) sobre o problema e o caso foi inserido na agenda das viaturas para fiscalização. O Colégio Positivo não quis se pronunciar sobre o assunto.

Esta vaga não é sua nem por um minuto!

Vaga exclusiva para pessoas com deficiência de acordo com a Lei 10.098/00 | Foto: Guilherme Levorato

A intenção da campanha de trânsito “Esta vaga não é sua nem por um minuto” é provocar e fazer com que as pessoas entendam que a vaga é exclusiva para pessoas com deficiência, é um direito previsto por lei e não deve ser ocupada por motoristas que não têm esse direito. A Lei Federal 10.098/00 prevê que 2% das vagas de estacionamento sejam reservadas a portadores de deficiência física ou visual.

Amanda Riesemberg é a líder do projeto “Esta vaga não é sua nem por um minuto” e afirma que é importante defender os interesses dessas pessoas. “A vaga é um direito da pessoa com deficiência e ninguém pode tirá-lo, nem que seja só por um minuto. Não se tira o direito de uma pessoa nem por um minuto”.

Corinha Unruh, mãe de uma pessoa portadora de deficiência, pensa que as vagas exclusivas são muito importantes tanto para deficientes quanto para idosos. “Às vezes você tem que tirar a cadeira de rodas do carro e precisa de espaço para isso. O fato de ter vagas mais próximas também ajuda muito”.

Na página do projeto na web, há um local para que as pessoas possam fazer flagrantes de motoristas que estejam estacionados sem credencial em vagas para pessoas com deficiência. Amanda chama a atenção para a importância da dessa identificação, que deve ser solicitada na Prefeitura. “Às vezes a pessoa tem alguma deficiência, mesmo que momentânea, mas não pega a credencial, e quem não a utiliza não está de acordo com as normas”.

A ideia de criar uma campanha para apoiar portadores de deficiência surgiu em 2011, quando o diretor de uma agência publicitária conheceu uma senhora com deficiência e se interessou pela causa, dizendo que iria fazer uma campanha para defender seus direitos.

Nesse tempo, essa mesma pessoa sofreu um desrespeito em um supermercado de Curitiba quando uma mãe com duas crianças estacionou em local exclusivo para pessoas com deficiência e disse que iria ao mercado “rapidinho”. A Secretaria Estadual de Trânsito (Setran) foi acionada e o carro saiu da vaga pouco antes da viatura chegar, depois de uma hora. Após esse episódio a agência criou a campanha “Esta vaga não é sua nem por um minuto!”.

 

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