Coletivo feminista analisa recorde de mulheres eleitas para Câmara de Curitiba

por Jeniffer Cristine Gonçalves de Carvalho
Coletivo feminista analisa recorde de mulheres eleitas para Câmara de Curitiba

Camila Gonda (PSB) e Indiara Barbosa (Novo)

Confira entrevista com integrantes do Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro (CFCAM)

Por Beatriz Stempinhaki, Jeniffer Carvalho e Laura Kaiser | Foto: CMC

O Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro (CFCAM) do Partido Comunista Brasileiro (PCB),  que segue princípios marxistas-leninistas, acredita que mesmo que 12 mulheres tenham sido eleitas, esse número ainda é pouco: “Pode ser histórico, mas não é revolucionário.”

As participantes do Coletivo comentam que por conta da estrutura estabelecida e com muitos vereadores reeleitos a Câmara Municipal de Curitiba (CMC) acaba não proporcionando espaço e lugar de fala para as mulheres. Além disso, o desafio diário feminino em um ambiente predominantemente masculino também contribui para poucas mudanças e faz com que “as mulheres precisem “provar” que têm capacidade de realizar o que propuseram, que dominam o assunto que estão falando, que são equilibradas.”

Desse modo, para que haja grande impacto na construção de políticas públicas voltadas para a igualdade de gênero e para o combate à violência contra a mulher é essencial que haja uma convocação da população feminina às ruas em conjunto com os coletivos feministas e outros grupos de militância para defender os direitos das mulheres: “Estarem sentadas em suas cadeiras sem mobilizar o povo, não tem mudança.”

O Coletivo julga que não existe nenhuma política pública suficiente que busque aumentar a participação feminina na política local. Um exemplo disso é  o grupo Promotoras Legais Populares (PLP) que já está na ativa há anos, dando curso de conscientização às mulheres da comunidade local, além de rodas de conversa abordando tipos de opressão e violência vividas pela comunidade feminina, acolhimento e escuta. No entanto, ainda não tem apoio, divulgação e nem patrocínio de órgãos e entidades, tanto públicos quanto privados, se mantendo por conta própria.

Em relação à representação da diversidade de mulheres curitibanas, tanto em termos raciais, sociais, quanto ideológicos o CFCAM afirma que ainda não há representação, pois nenhuma vereadora socialista, comunista ou trans ou neurodivergente que defenda a causa ou a favor da legalização do aborto seguro e gratuito se elegeu.

Linha do Tempo Vereadoras de Curitiba

Linha do tempo das vereadoras já eleitas em Curitiba desde 1947

 
Este conteúdo integra a edição 350 do jornal Comunicare, jornal laboratorial do curso de Jornalismo da PUCPR. Confira, abaixo, a edição na íntegra.

 

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