Quase 60 milhões de brasileiros estão inadimplentes

Cenário econômico atual gera mudança na quantidade de inadimplentes em 2015
Por Giovanna Rell, Guilherme Novakoski e Michel Moreira
Pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) aponta um aumento de 4,47% em julho de 2015 no atraso de pagamento de contas por causa de dívidas (inadimplência) com relação ao ano de 2014, somando um total de 56,4 milhões de brasileiros nessa situação.
Em julho, cada inadimplente tinha, em média, 2,11 dividas em atraso, com a região Sul do País com a maior quantidade de devedores com pendências (2,37), enquanto no Nordeste cada inadimplente possui menos dívidas (2,01). De modo geral, as dívidas totalizam R$ 243 bilhões, segundo registro de cadastros do Serasa.
Entre os instrumentos financeiros que menos levam o indivíduo a dívidas, segundo a pesquisa, estão o plano de saúde (92%) e o aluguel (94%), pois os inadimplentes priorizam pagá-las, enquanto os principais causadores de dívidas são o empréstimo, com um aumento de 11% de devedores com relação ao ano passado, e o cartão de loja, mesmo com 55%.
De acordo com o economista Raul Velloso, os empréstimos e cartões de loja atuam como indutores de compras por permitir tomar dinheiro emprestado sem muita burocracia, ainda que a juros mais altos, e, portanto, encerram um risco bem maior de inadimplência.
Por isso, ele ressalta a importância do planejamento para que se evitem dívidas, “O planejamento financeiro é crucial, pois com ele a pessoa não pode se enganar, fingindo que não sabe que tem compromissos acima do ideal e receita s abaixo do que seria requerido para ficar em dia com seus compromissos”.
Dicas para sair da inadimplência*
1. Não gaste mais do que ganha. Quem faz isso se tornará um endividado.
2. Faça o orçamento doméstico. Reúna a família e levante todos os gastos. Decida, em conjunto, o que cortar, quanto guardar e onde aplicar o dinheiro poupado.
3. Crie o hábito da poupança. Tenha uma reserva de emergência de pelo menos seis meses para cobrir o total de despesas da família.
4. Não avance no limite do cheque especial porque as taxas de juros são elevadas. Prefira linhas de crédito mais baratas, como crédito consignado ou pessoal.
5. Cuidado com o cartão de crédito. Ao usar o cartão, verifique se pode pagar a fatura integral no mês seguinte. Não use o rotativo do cartão, pois os juros são altos.
6. Fuja do consumismo. Se a compra é necessária, pague à vista ou use o cartão quando a compra cabe no orçamento.
7. Economize nas pequenas despesas do dia a dia.
8. Não leve crianças pequenas para fazer compras. Elas sempre pedem algo e fazem a compra ficar mais cara.
9. Corte toda despesa supérflua.
10. Tenha planos. Ninguém consegue poupar por muito tempo sem que tenha um destino para esse dinheiro, que pode ser a compra de uma casa ou a aposentadoria.
* Fonte: Luiz Rabi