Produtos “retrô” se popularizam e chegam a custar R$ 70 mil

Itens raros se valorizam e fazem sucesso entre apreciadores de antiguidades
Por Fernanda Ehlke
Coisas que eram úteis décadas atrás e que hoje não teriam nenhuma serventia encontram lugar em lojas de artigos antigos, por valores, às vezes, até maior do que alguns produtos novos, alcançando R$ 70 mil, caso de um jogo completo de sala de estar. Os utensílios antigos ganharam espaço entre aqueles que apreciam o estilo vintage e retrô, que marcaram as décadas de 1960 e 1970. Apesar do alto valor de alguns produtos, há itens que partem de R$ 5.
Um desses estabelecimentos é o Mercado das Pulgas, localizado no centro de Curitiba, que está aberto há mais de 26 anos e é especializado em artefatos antigos, como móveis, eletrônicos e eletrodomésticos. O gerente da casa, Jeferson Silva, diz que a mídia influencia bastante na compra, por meio de alguns canais da TV a cabo, que têm programas de compra e venda de artigos antigos e colecionáveis. “As peças de coleção tiveram uma procura maior após aparecer na televisão, fazendo com que o brasileiro reconheça o valor desses produtos”, conta.
Já a loja Certas Coisas Vintage, localizada no Juvevê, trabalha com reprodução de peças antigas, usando marcas e produtos para criar novos itens, como almofadas, relógios e quadros. Há pouco tempo começaram a vender objetos antigos, em outra parte da loja que será um café. O gerente da loja, Aloir Neto, afirma que a procura por peças antigas cresceu bastante e que, em seis anos, a loja já virou franquia. A maioria dos produtos é de fabricação própria, mas existem também alguns importados.
Valorização de antiguidades
Segundo o coordenador de economia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), Carlos Bittencourt, a venda desses artigos é importante para resgatar usos e costumes da época, impulsionando o mercado e valorizando o passado. Bittencourt menciona que o valor dos artefatos é estipulado pela raridade e demanda do produto (se foi produzido mais ou menos). É por isso que as peças antigas são mais caras que as novas.