Paraná suspende decreto de medidas restritivas e libera 100% do público

por Maria Luísa Cordeiro
Paraná suspende decreto de medidas  restritivas e libera 100% do público

Neste per’odo de fŽrias uma op‹o interessante Ž fazer a visita guiada ao Centro Cultural Teatro Gua’ra, em Curitiba. As visitas s‹o gratuitas e acontecem de segunda a sexta, das 9h ˆs 17h30. Foto: Teatro Guaira

As medidas restritivas não foram renovadas pelo estado e agora seguem apenas os decretos municipais. Máscaras continuam obrigatória

Por Maria Luísa Cordeiro e Tayná Luyse | Foto: Divulgação Teatro Guaíra

O Governo do Paraná não renovou o decreto que previa restrições contra o avanço da pandemia. As orientações tinham validade até esta terça-feira (16) permitia capacidade de 80% de público e locais abertos e 70% para locais fechados, não ultrapassando 15 mil pessoas. Agora fica valendo apenas as medidas restritivas municipais. 

De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), esse avanço em direção ao fim da pandemia só foi possível devido ao avanço da vacinação e a queda do número de casos. Mas isso não significa parar de se cuidar. O uso de máscaras permanece obrigatório sujeito a multa em caso de descumprimento.

Para incentivar a volta das produções artísticas de Curitiba, na última terça-feira (16), o prefeito Rafael Greca lançou nove editais do Fundo Municipal da Cultura que visam auxiliar nas produções do teatro, dança, circo, quadrinhos, cinema, artes visuais e patrimônio. As inscrições começam dia 16 de novembro às 18h até dia 23 deste mês até 12h, pelo Sisprofice.

A liberação do público anima artistas

Nesta quinta-feira (18) a cinemateca de Curitiba volta a abrir depois de quase dois anos fechada. Neste mês, serão exibidos filmes nacionais em ocasião do mês da Consciência Negra. Na reabertura será exibido o filme ‘Barravento’ do diretor Glauber Rocha. Do dia 22 até 27 de novembro terá uma mostra de cinema japonês. Ambos gratuitos. 

Dia 23 de outubro, a capital paranaense reabriu sua temporada de shows presenciais, com público, com o grupo Paralamas do Sucesso no Teatro Positivo.  Devido a grande procura pelos fãs, a banda realizou uma sessão extra. 

Para o diretor dos Teatros e do Centro de Eventos da Universidade Positivo, Eduardo Silva, a sensação de retornar com os shows é de esperança pela normalidade, “A melhor sensação é ver as pessoas emocionadas entrando no nosso teatro, depois de tanto tempo sem poder assistir a um espetáculo”, afirma. Para ele, a pandemia foi muito impactante financeiramente. A retomada econômica será lenta, mas, segundo o diretor, a expectativa é entre 2024 e 2025.

A volta dos teatros

A diretora e professora do Teatro Lala, Fernanda Bahl, está dirigindo 4 turmas de teatro que estreiam no final do mês de novembro. Sua animação não podia ser maior. O grupo está longe dos palcos desde o dia 18 de março de 2020. Esse tempo longe foi muito difícil psicologicamente e financeiramente. “Foi triste estar longe dos palcos e dos alunos. Esse é o meu trabalho, e tivemos um péssimo apoio do governo. Os auxílios demoraram pra sair, senti uma enorme falta de respeito comigo e com o meu trabalho”. 

Esse ano, Fernanda já teve alguns de seus alunos se apresentando. Segundo ela, as peças dos alunos tiveram uma ótima procura, “por conta de que muitos dos alunos tiveram a primeira experiência de apresentação com público, então os familiares e amigos de algumas turmas compareceram de uma forma muito boa”.

Fernanda também é atriz na Cia Os comediantes e as expectativas para o ano que vem são as maiores possíveis. “Acredito que quanto mais avançarmos na vacinação, as coisas irão voltar ao normal, e tenho esperança que a procura pelo teatro irá ser boa”, afirma. 

No teatro, o contato com o público é essencial. Fernanda está muito animada em poder retornar ao teatro. Para a diretora, “o teatro é feito para o público e para o contato no ao vivo, olho no olho, não para a internet ou vídeo. No teatro, a resposta do público é imediata. O teatro é feito de troca, nós precisamos do público”.

Rebeca Marotta (22) se formou em teatro durante a pandemia. Com o fechamento dos teatros em março do ano passado, houve a possibilidade de apresentações online, mas ela decidiu pausar a carreira até a volta presencial. “Fazer uma peça infantil, sem o público, foi um aperto muito grande no meu coração”. 

Assim como para Fernanda, Rebecca também valoriza o contato com a audiência. “É no teatro onde eu consigo ver o público, consigo ter essa relação entre o público e o artista. Porque não é só a atriz ou o ator que faz um espetáculo, o público também participa” 

A volta dos shows

O guitarrista Giovani Cheron (22), participa de algumas bandas: Negative Youth (Hardcore/Beatdown); CHERON (projeto solo/math-rock); Disturbed Brasil Cover (cover oficial de Disturbed do Brasil); Pop Shocks (conjunto musical para tocar cover de música pop). Como seu estilo de música é derivado do Rock e Heavy Metal, para ele, a relação com o público é muito importante para um show de qualidade.

O último show que ele fez foi no dia 8 de março do ano passado, no Festival de Hardcore da cidade. E desde então está parado devido a pandemia. Essa pausa de mais de um ano, além de ser complicada financeiramente, também foi frustrante mentalmente. Para ele, os shows eram uma “válvula de escape”, uma oportunidade para se soltar e se conectar com a plateia. “Uma grande parte das minhas crises existenciais durante a pandemia foram causadas pela ausência de shows”, afirma. 

Ele espera que tudo volte ao normal no próximo ano. Em 2019 e 2020, ele estava em plena ascensão da carreira. A esperança para 2022 é o avanço da vacinação, a volta dos shows e os cachês retornando ao normal. Para o próximo ano, Giovani e suas bandas já estão com shows marcados em diversos bares de Curitiba, assim como em outras cidades como Ponta Grossa, Balneário Camboriú e São Paulo. 

Para o baixista Guilherme Cit (24), da banda Impested, a esperança pela volta dos shows é alta. A banda curitibana já estava planejando shows em Santa Catarina quando teve que paralisar em março de 2020. Com a melhora do cenário da pandemia, o grupo não vê a hora de se reunirem e voltarem a ter contato com a plateia, “a gente está querendo voltar logo porque é muito legal! Muito legal ver a galera curtindo seu trabalho, curtindo seu som, todo mundo animado, participando, interagindo, sem comparação”. Havia a possibilidade de retornar as apresentações, mas com menos público e a banda preferiu aguardar. 

 

Assista abaixo a entrevista completa com Rebecca Marotta e Guilherme Cit.

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