Pandemia quebra recorde de desemprego no Brasil

Percentual de desemprego em alta mas vai mostrando melhora pequena em 2021
Por Bernardo Bittencourt, Gustavo Américo, Felipe Lunardi, José Souza
A pandemia no Brasil aumentou drasticamente a taxa de desemprego no país, que em 2019 era de 11,9%, chegou a ser 14,6% em 2020 e caiu para 14,1% no primeiro semestre de 2021. Devido a flexibilização gradual do isolamento social, muitas pessoas que tinham empregos informais puderam voltar para as ruas e trabalhar seguindo protocolos, podendo voltar a ter uma fonte de renda.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o desemprego refere-se a pessoas com idade para trabalhar (14+) que estão à procura de um emprego. Porém, estudantes e donas de casa não são considerados desempregados. Empreendedores são considerados pessoas ocupadas.
“Os trabalhadores informais são aqueles ficam mais vulneráveis porque normalmente dependem exclusivamente do seu trabalho. Sem poder sair de casa, foram os mais prejudicados com a redução expressiva da renda.” Complementa gestora de RH Fabia Malucelli.
O dano econômico causado na pandemia foi muito severo, por consequência, os empregados e pessoas procurando empregos foram totalmente afetadas, como foi o caso de Yuri Brian, 19 anos
“Já tentei entregar currículos em todo tipo de empresa e até mesmo em vagas de aprendiz e estagiário, continuo sem conseguir as vagas.”
Um fenômeno bastante conhecido na economia que são os chamados “desalentados” cresceu muito durante a pandemia. A taxa de desemprego aumentou, os economistas ou o que as estatísticas oficiais chamam de desempregados são aquelas pessoas que estão sem trabalho sem nenhum tipo de renda.
“Um grupo de pessoas está procurando emprego, batem na porta hoje, bate amanhã, bate depois e não conseguem nenhum tipo de renda. Sabemos muito bem que as pessoas têm gastos para procurar emprego, então essas pessoas acabam simplesmente desistindo de procurar uma oportunidade.” Como o economista e professor de Ciências Econômicas da PUCPR Rodolfo Prates.
Os mais prejudicados no mercado de trabalho por causa da crise sanitária foram as áreas de eventos, turismo, transportes de passageiros, lanchonetes e restaurantes. Pois com a troca de cores das bandeiras da Covid ao longo da pandemia, muitos estabelecimentos ficaram em um dilema “abre fecha” por muito tempo, dificultando o fluxo de caixa e sempre vivendo sob ameaça de falência.
Soluções
A pandemia agora está se encaminhando para um fim, com a vacinação em massa do programa de imunização nacional, há expectativas para a recuperação econômica com o fim da crise sanitária. Isso poderia ser atingido com incentivo do estado, como afirma Prates:
“Sim, um programa bastante amplo de crescimento econômico sério baseado em elementos de competitividade (não competitividade espúria) dos nossos produtos, uma melhoria na taxa de câmbio”.
Outro fenômeno que o economista cita é a desindustrialização, em que a produção industrial de um país diminui por conta do desmonte e transferência de fábricas para países menos custosos e mais lucrativos, algo que o Brasil vem experienciando e que vem contribuindo para o aumento da taxa de desemprego, por conta da ausência de postos de trabalho.
Esse fenômeno é preocupante por conta da importância da indústria e da produção de bens de consumo na nossa economia, que está ficando cada vez mais dependente da produção agrícola e do extrativismo.
No Paraná
O estado do Paraná obteve no mês de Julho uma retomada de empregos muito significativa, a maior desde 2010 considerando o mesmo mês em outros anos. Serviço e comércio juntos representaram 73,56% dos novos empregados com 10.749 novos empregados.
A indústria paranaense cresceu 17,9% no primeiro semestre de 2021. O comércio varejista também cresceu no mesmo período, com uma alta de 9% segundo o IBGE.
O crescimento infelizmente não foi universal no Paraná, segundo o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), órgão vinculado ao Ministério do Trabalho e Previdência, revela que 32 dos 399 (8%) municípios não apresentando mais admissões do que demissões entre janeiro e junho, dessas cidades 15 encerraram com até 10 vagas e 23 com até 20.