Pais deixam de vacinar os filhos e acendem sinal de alerta para retorno de doenças como sarampo e poliomielite

por Lamartine Lima
Pais deixam de vacinar os filhos e acendem sinal de alerta para retorno de doenças como sarampo e poliomielite

Campanha de vacinação atinge menores números desde 2015

Por Lamartine Lima e Thiago Rasera

A recente queda nos índices de vacinação no Brasil, foi um dos principais alertas do ministério da saúde no país nos últimos anos. Segundo dados divulgados pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI), os números de vacinação contra poliomielite e sarampo em crianças reduziu drasticamente desde 2015, quando a campanha gerou quase 100% de doses aplicadas em todo território nacional. Desde então, os índices de imunização atingiram em média entre 71% e 84%, causando um aumento no número de casos de doenças como o sarampo, que apresentou maior incidência em estados como Amazonas com 147 casos confirmados, Roraima com 172 e o Rio Grande do Sul com cinco.

                                                                                                   

Um dos fatores que levou a redução nos índices de vacinação no Brasil, é de que um número significativo de pais deixaram de vacinar seus filhos nas últimas campanhas realizadas pelo ministério da saúde. Esses grupos que se recusam a vacinar as crianças, ou a si próprios, estão ganhando maior abrangência com auxílio das redes sociais. No Facebook, é possível encontrar diversos grupos que se posicionam contrários às campanhas de vacinação, e alguns deles chegam a reunir mais de 13 mil participantes.

Um exemplo disso, é o casal Eduardo Nazário de Assunção e Daniela Rugani de Assunção, que decidiram não vacinar a filha de 4 anos de idade. Segundo os pais, a vacinação não apresenta sinais efetivos, e afeta o desenvolvimento da criança. “Nós a vacinamos logo que ela nasceu, e alguns meses depois ainda mantivemos, porém, notamos mudanças no comportamento dela e tememos por algum tipo de dano que a vacina possa causar. Por isso preferimos métodos homeopáticos”. Além de se mostrarem céticos a respeito dos efeitos imunológicos da vacina, o casal também acredita que muitas dessas doenças já não afetam a criança, como acontecia há alguns anos. “Antigamente era algo comum a criança sofrer com essas doenças, mas os tempos mudaram, e hoje é muito mais difícil isso acontecer. Eu já não convivi com esse tipo de enfermidade, não é minha filha que irá sofrer”.

                                                                                                                    Fonte: Ministério da Saúde

Campanha foi prorrogada até o dia 15 de setembro, pois não atingiu a meta estabelecida

Apesar de ser utilizada como uma maneira alternativa para a prevenção de problemas de saúde, a homeopatia não é suficiente para imunizar a criança de doenças mais graves como o sarampo e a poliomielite, como explica o homeopata Doutor Clóvis Melo. “É preferível vacinar e conferir proteção do que deixar as crianças expostas ao risco. Porém, ainda sim, sou a favor do tratamento dos vacinados através da homeopatia, como auxiliar de prevenção”.

Ao contrário de muitos pais que estão deixando de vacinar seus filhos, boa parte da população ainda é adepta da campanha de vacinação em prevenção a doenças em crianças de 1 a 5 anos de idade. A dona de casa Viviane Machado, é mãe do pequeno Lucas, de 5 anos. De acordo com Viviane, a vacinação é algo fundamental para a saúde de seu filho, e apesar de saber que muitos estão deixando a campanha de lado, não deixa de aderir à prática. “Eu sigo a carteira de vacinação dele, pois é muito importante para evitar essas doenças, e já que a vacina é disponibilizada gratuitamente, não tem motivos para não vacinar”. Viviane também mostra-se contrária aos pais que deixam de vacinar seus filhos. “Eu não entendo como um pai pode deixar de vacinar seu filho, sabendo que ele pode ficar exposto a doenças mais graves, parar de andar, e até morrer. Se você pode evitar, não vejo motivos para não tomar esses cuidados”.

A pediatra Doutora Lorena Brzezinski, explica que a campanha de vacinação é importante para prevenir que as crianças contraiam não somente sarampo e poliomielite, mas também outras doenças que eram até então consideradas erradicadas.

A pediatra também salienta a importância da vacinação em âmbito coletivo.

Para se vacinar, é preciso levar documento de identificação e, se possível, carteira de vacinação e cartão SUS.

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