Pa-kua une estudos orientais e diversidade de práticas

Filosofia chinesa visa amadurecimento pessoal em relação às mudanças da vida
Por Sofia Magagnin
Presente em cerca de nove estados brasileiros e com seis unidades em Curitiba, o pa-kua, prática fundamentada em conhecimentos orientais, tem despertado cada vez mais interesse nas pessoas que buscam um exercício físico porque une, em um único lugar, atividades ligadas ao corpo e a mente, de acordo com as diretrizes da Liga Internacional de Pa-kua.
Roberto Rizzardo Trinkel é mestre em armas de corte, arte marcial e arqueria e pratica as atividades do pa-kua há cerca de 14 anos. Segundo ele, a filosofia do pa-kua diz respeito às oito mutações ou transformações pelas quais os seres humanos podem passar durante a vida. “Pa-kua é um conhecimento que fundamenta o seu posicionamento perante a mudança que vem”, comenta.
De acordo com Trinkel, o objetivo das escolas de pa-kua é formar pessoas que estejam dispostas a enfrentar a vida com mais qualidade e levar para fora do tatame os conhecimentos adquiridos em aula. “O pa-kua se baseia em uma série de posturas, de conhecimentos, para melhorar o dia a dia, a saúde e que pode ser utilizado também como defesa pessoal”, explica.
O pa-kua é subdividido em nove modalidades, cada uma com foco em alguma prática ligada ao corpo e a mente. O controle do medo, por exemplo, pode ser trabalhado na arte marcial. A expressão corporal é uma questão desenvolvida na aula de acrobacia. A flexibilidade é tratada junto à prática com armas de corte. A arquearia exige foco e precisão. Aspectos mais internos, relacionados à mente, são aprimorados nas aulas de sintonia, cosmodinâmica e energia. A reflexologia estuda a influência dos microcorpos sob o corpo humano. O ritmo une os exercícios de arte marcial ao ritmo da música, com foco no trabalho aeróbico.
Dentre os benefícios dessas práticas se destacam, principalmente, a coordenação, o equilíbrio, a resistência física, o fortalecimento do corpo e o combate à irritabilidade e ao estresse. “O fato de você vir [para a escola] e ter uma hora do dia para poder se desligar dos seus problemas vai ajudar a desenvolver uma nova resistência à frustração”, relata Trinkel
Walquiria Pimenta Menezes e Paulo Simões Menezes são pais da Giovanna, de 10 anos. Há 3 meses, frequentam o pa-kua pelo menos uma vez na semana. É a primeira experiência da família junta em uma escola de atividades orientais. “Nunca fiz nada parecido”, comenta Walquiria.
Os pais de Giovanna contam que a jovem nunca foi de fazer atividades físicas e chegaram a pensar que a arquearia e as artes marciais não combinariam com ela. No entanto, desde o início das aulas, Giovanna tem se destacado pelo bom desempenho nas aulas.
O pa-kua trouxe diversos benefícios para a família, conforme destaca Menezes. “Melhora a postura, muda o comportamento e como você encara as pessoas. A convivência também melhorou”, relata.
Segundo Luiz Paulo Pereira, especialista em arqueria, para utilizar o título de mestre em alguma modalidade do pa-kua é necessário progredir nas graduações que são refletidas nas cores das faixas utilizadas no tatame. Para que o avanço da faixa branca à preta seja possível, é fundamental que o aluno absorva os conteúdos dados nas aulas, frequente a escola por um tempo mínimo exigido e também estude por conta própria alguns conteúdos para complementar o conhecimento. Nas escolas de pa-kua, as faixas servem, somente, para facilitar a identificação do grau de conhecimento do aluno sobre determinada prática.