O Esperanto na capital paranaense

Curitiba é destaque brasileiro em uso da língua universal
Mariana Benevides
Ludwik Lejzer Zamenhof, médico judeu e polonês, desde sua adolescência já idealizava criar uma língua que unisse os povos. Neutra, não pertenceria a potências econômicas ou culturais. O esperanto, que teve seu primeiro manifesto publicado em 1887, saiu do papel e mostrou sua força como linguagem universal. Propagada até hoje, a língua é de fácil aprendizado para que pessoas de diferentes culturas possam se comunicar de maneira simples.
Há 88 anos era inaugurada a PEA, “Paranaa Esperanto Asocio”, associação que atua como representante dos esperantistas no estado. Seu fundador, Augusto Gonçalves de Castro, também é o idealizador, projetista e construtor da Casa Estrela, agora reconstruída no Câmpus da PUCPR. É a única moradia do mundo cuja arquitetura é inspirada na simbologia e nos ideais do esperanto.
A associação tem sua sede provisória na Galeria Lustoza, na rua XV. “Infelizmente, faltam recursos humanos e financeiros para uma atuação mais forte. Não temos apoio externo, nos mantemos somente pela força dos esperantistas”, relata Ivan Colling, atual presidente da PEA. No coração do Centro, ela conta com duas reuniões mensais entre membros ativos, sempre aos sábados.
O esperanto é uma das 39 línguas aceitas no Quadro Europeu Comum de Referência para Línguas (QECR), tendo pelo menos um exame mundial de proficiência por ano. “A força do movimento no estado pode ser medida pelo destaque que teve nos últimos dois anos. Agora em 2013, dos 239 participantes do mundo todo, 11 eram paranaenses”, comenta Marcos Souza, um dos aprovados no exame de 2012.
Quebrando fronteiras
Cumprindo o papel destinado pelo seu criador, unir os povos, Colling conta que frequentemente a PEA recebe esperantistas de vários pontos do mundo. “Nos últimos anos estiveram em nossa associação visitantes dos Estados Unidos, Japão, Coreia do Sul, França, Suíça, China e Lituânia. Neste mês chegou uma esperantista da República Democrática do Congo, que ficará por aqui durante um ano”.
A internet tornou-se aliada essencial do esperanto. Com ela, a propagação do movimento foi renovada e incentivada. “Como não quero ficar preso somente à cultura norte-americana, através do esperanto eu tenho contato com pessoas de mais de 20 países. E isso inclui Irã, Coreia do Sul, Ucrânia e Polônia” explica Souza, esperantista há mais de 10 anos. E finaliza contando: “não há meio mais verdadeiro para sentir e entender as verdadeiras manifestações de outros povos”.