Número de pessoas que não se vacinam contra a Covid-19 cresce em Curitiba

O projeto de imunização contra a pandemia causada pelo coronavírus revela taxa de pessoas que recusam o imunizante
Por Bruna Pelegrini, Bruno Akio, Felipe Artigas e Julia Barossi | Foto: Guilherme Araki
A campanha de vacinação contra a Covid-19 no Brasil iniciou dia 19 de janeiro de 2021, e, até então, o país tem 34,83% da população totalmente imunizada, segundo as Secretarias de Saúde dos estados. Em Curitiba, a vacinação iniciou dia 20 de janeiro deste mesmo ano, e, até o momento, a cidade vacinou 1.351.076 pessoas com a primeira dose e 729.725 com a segunda e dose única, além de 2.579 com a dose de reforço. Mesmo assim, o número de negacionistas da vacina contra o coronavírus ainda é crescente.
Com a campanha, é possível observar a queda no número de casos e óbitos pelo coronavírus: nesta segunda (13), a capital paranaense registrou 409 confirmações da doença e 14 novas mortes – menos da metade do que era registrado há alguns meses.
Embora os números de novos casos e mortes estejam se estabilizando e diminuindo, ainda há quem prefere não tomar vacina. Os motivos para o negacionismo são os mais diversos: razões políticas, crenças religiosas e, até mesmo, falta de conhecimento sobre a eficácia do imunizante.
Em entrevista anônima com um morador de Curitiba, o motivo citado para não ir aos postos de vacinação foi a incerteza da eficiência dos resultados: “não quero tomar nenhuma dose. Pelo menos não por enquanto. Não sei como foi produzida, prefiro não arriscar”, comenta o entrevistado. “Tomar a vacina é algo que me deixa inseguro; ela foi desenvolvida de uma forma muito rápida, não sei o que está entrando no meu corpo”, finaliza.
Segundo levantamento feito pela Agência Brasil, a maior faixa etária de pessoas não querendo se vacinar ou escolhendo a vacina é entre 35 e 39 anos, sendo representada por 38% da população presente na pesquisa. O infectologista e consultor da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) João Bosco afirma que o coronavírus veio para ficar. “Não vai ser pandemia sempre, mas sim uma endemia: uma quantidade baixa, porém constante da doença, como a gripe. Quem não estiver vacinado, será infectado pelo vírus e aumentará a disseminação do mesmo.”
Para finalizar, o infectologista completa:
“Você toma a vacina pensando muito mais nos outros do que em si mesmo. Há pessoas que, mesmo vacinadas, poderão pegar a doença. Mas, se os outros não puderem procriar o vírus, os suscetíveis não irão ser infectados, por falta de vírus. A questão principal é que ninguém sabe se será imunizado pela vacina ou não. Na dúvida, quanto mais gente for vacinada, melhor.”