Movimento no transporte rodoviário cai durante a pandemia

por Rebeca Trevizani
Movimento no transporte rodoviário cai durante a pandemia

Federação das Empresas de Transporte de Passageiros dos estados do PR e SC toma medidas de auxílio 

Por André Festa, Gustavo Barossi e Rebeca Trevizani 

O impacto causado pela restrição da circulação de ônibus interestaduais no Paraná atingiu com força as empresas de transporte do estado. Mesmo com as rodoviárias ainda abertas e em funcionamento, o movimento permanece baixo. O PIB do primeiro trimestre de 2020 registrou uma queda de 1,6% no setor de transportes do país em relação ao primeiro trimestre de 2019. O dado ainda não leva em conta os efeitos mais drásticos da quarentena. 

O turismólogo Rubens Kassar acredita que todo o setor do turismo está sendo prejudicado pela pandemia. Segundo ele, as empresas deverão se reinventar para a retomada do transporte. Porém, nem todas conseguirão sozinhas.  “É importante ressaltar que em nosso setor várias empresas são de pequeno e médio porte e as ajudas por parte do governo foram insuficientes. Assim, muitas não sobreviverão à crise”, afirma. 

A companhia Expresso Princesa dos Campos teve uma queda de 87% no funcionamento. O que tem mantido 39 dos 300 ônibus da empresa são aqueles que ainda necessitam de transporte intermunicipal e estadual por trabalharem em estados ou municípios diferentes. 

O presidente da Federação das Empresas de Transporte de Passageiros dos estados do PR e SC (FEPASC), Felipe Busnardo Gulin, prevê para volta da quarentena um aumento nas viagens devido a uma demanda reprimida. “Muitos vão acabar retomando viagens para ver familiares que moram em outras cidades e estados”. Ele aponta que será apenas um pico imediato, não resultando em uma volta de movimento total. Felipe também é vice-presidente da Expresso Princesa dos Campos e aponta que a volta da rotina de viagens regulares da empresa está prevista para outubro e espera um retorno  entre 60% e 70% da frota em movimento. 

A Federação precisou montar um comitê de crise para auxiliar na administração das empresas nesse período e requisitar ofícios e pedidos de  ajuda financeira do governo, uma vez que há prestação de serviço público por parte das empresas. Para que não haja multas por falta de cumprimento das tabelas de horários, a Federação tem pedido certa flexibilidade do governo dadas as quedas de movimento. Eles também fecharam uma parceria com a Secretaria de Saúde do Governo do Paraná realizando o transporte de testes de COVID-19 à rede pública por todo o estado.

As viagens interestaduais continuam a funcionar, ainda que em menor demanda. Alguns passageiros assíduos afirmam estar receosos com o fim da quarentena. A estudante Isabella Vitória da Silva utilizava o serviço de ônibus interestaduais duas vezes ao mês e diz não estar totalmente confortável em voltar a viajar. “É um ambiente fechado e são várias horas seguidas com pessoas desconhecidas em volta. Os ônibus são usados várias vezes em outras viagens e não sabemos como é a feita a higienização dos assentos e dos encostos no geral”. 

A higienização dos veículos tem sido mais rigorosa, segundo informações das próprias companhias, e há fiscalização da Secretaria de Segurança Pública do Estado do Paraná (SSP-PR) com ônibus vindos de outros estados. Confira ao lado os procedimentos necessários para sua viagem. 

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