Mostra traz novo olhar sobre o outro

Localizada no Largo da Ordem a experiência propõe uma troca de corpos entre os espectadores
Por: Ana Clara Braga e Gabriela May
O grupo internacional Be Another Lab está expondo no Festival de Curitiba a mostra “A máquina do ser outro”. Com proposta visionária e tecnologia avançada a experiência tem como objetivo despertar a empatia nas pessoas ao colocá-las no corpo de outra.
A vivência consiste em entrar em duplas em um espaço separado, onde colocam-se os óculos de realidade virtual e assim é possível enxergar pelos olhos do outro participante. Os integrantes são incentivados a se mover, tocar nos espaços ao redor e uns nos outros. A instalação interativa combina performance, realidade virtual e técnicas de ciência cognitiva para a experiência ser vivida e aproveitada ao máximo.
O diretor da mostra, Philippe Bertrand, contou que o conceito da produção partiu da pergunta “como seria o mundo se pudéssemos ver com os olhos do outro?”. “É justamente a ideia da empatia. Será que a gente consegue ajudar as pessoas a desenvolverem a empatia? A se colocar no lugar no outro? Esse é o nosso norte” afirmou. O diretor ainda não havia lido a opinião dos participantes e ficou feliz ao ler as críticas positivas, inclusive o relato de uma mãe que se emocionou ao se ver no lugar da filha.
Bertrand contou que já viajou com a peça para mais de trinta países e como é interessante perceber as diferentes reações. “Nos países latinos é comum ver as pessoas se abraçando no final da experiência, em alguns outros países as pessoas são um pouco mais reservadas”. Ele também afirmou que o que importa não é a cultura e sim a dupla que troca de corpos, suas semelhanças, diferenças e se são conhecidas ou não.
As estudantes, Ana Carolina de Barros e Jade Rocha, contaram que não são de Curitiba e que essa é a primeira vez que comparecem a um evento do festival.“Pela peça ser gratuita, muitas pessoas nunca tiveram a oportunidade de usar o óculos que estão tendo agora” comentou Ana Carolina. Jade, que é atriz, ressaltou a importância de um ator representar seu tempo e utilizar a tecnologia a seu favor. “O ator tem que saber lidar com temas e recursos da atualidade” afirmou. As duas estudantes elogiaram a iniciativa do Be Another Lab e concordaram com a premissa da experiência de que o casamento de arte e tecnologia pode ser uma forma de incentivar a empatia nas pessoas.
Se ligue!
Datas: até 03/04
Horário: 14h às 20h
Endereço: Rua José Bonifácio, 135 – CIA Brasileira de Teatro