Monólogo envolve platéia ao retratar o fim de um relacionamento

por Equipe Festival de Teatro
Monólogo envolve platéia ao retratar o fim de um relacionamento

O espetáculo encerra participação com terceira e última sessão no Festival de Curitiba 

Por Thaís Mota e Aline Taveira

Dirigido e criado por Ancelmo Soares de Faria, a peça “Última Melodia” trouxe emoção à plateia do Auditório Glauco Flores de Sá Britto, ao apresentar um monólogo sobre o fim de um relacionamento conturbado.

Influenciado não só pelos relacionamentos mostrados pelo cinema e pela televisão, mas também por situações vividas pelas pessoas a sua volta e recortes de sua vida pessoal, o autor e diretor Ancelmo de Farias traz um texto que, aliado à atuação instigante do elenco, transmite ao público as nuances entre amor e ódio. “É um compilado dessas várias situações que eu acho importante questionar”, explica o diretor, que fez questão de polarizar os dois lados da relação para criar reflexões.

A cena se passa em um quarto, com cartas e pinturas espalhadas pelo chão. O monólogo, de texto forte e poético, é dito por um homem que sofre com a perda de seu amor, mesclado em tons de voz altos e baixos, impactando emocionalmente o público. Se transmite a mensagem de que a vida é um ciclo. “A gente pode sofrer, mas depois vamos conhecer alguém de novo e continuar o ciclo”, explica o ator Gezinei Rodrigues.

Ele conta que levou em torno de 15 dias para a memorização do texto e um mês para a disposição de palco, o que foi um grande desafio. “Eu confesso que quando peguei o texto pela primeira vez, pensei que não fosse conseguir fazer, porque identifiquei muito com a minha vida, mas depois eu conversei com algumas pessoas e elas me disseram que era bom eu passar isso por meio da minha atuação, pois sempre vai ter alguém que vai se identificar com o personagem”, comenta o ator.

Ele ainda relata que este é o primeiro projeto profissional que participa e diz: “não estou me aguentando de alegria pensando, poxa, eu consegui”.

Atraído pela sinopse misteriosa e intrigado pela imagem de divulgação do espetáculo, o estudante de artes cênicas Wanderlei, 20 anos, que também está com uma peça em cartaz no Festival, vê a realização deste evento como um símbolo de resistência da arte brasileira. Para ele, “muito do que conhecemos sobre a história do teatro no Brasil hoje, surgiu por meio de festivais assim”.

O espetáculo, que estreou no início de 2013, em Goiânia, veio para o palco curitibano com uma nova roupagem: o ator, Gezinei Rodrigues, que entrou no projeto apenas em janeiro deste ano e trouxe um novo olhar para a reestreia da peça. Além disso, a forma e o conteúdo foram renovados desde então, para que se chegasse ao resultado final apresentado em Curitiba.

 

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