Moda “genderless” apoia a desconstrução de gênero

por Laís da Rosa
Moda “genderless” apoia a desconstrução de gênero

Movimento na moda vem ganhando cada vez mais adeptos. Apesar das roupas unissex já existirem há tempos, o estilo inspira pessoas a vestirem o que quiserem

Por Ana Iamaciro, Andressa Carvalho, Carla Tortato e Laís da Rosa

* Este é um conteúdo patrocinado, desenvolvido na disciplina de Branded Content, sem, contudo, remuneração efetiva aos estudantes que o desenvolveram.*

Atualmente, as pessoas estão buscando se desligar das construções de gênero que definem o que é feminino e o que é masculino. Quando se trata de moda, as roupas sem gênero são uma tendência que tem ganhado cada vez mais adeptos. De acordo com dados apresentados pela revista “Estudos em Design”, 39,8% dos consumidores afirmam usar roupas que não são feitas especificamente para mulheres ou para homens. 

Recentemente, artistas como a cantora Billie Eilish e o ator Billy Porter têm inspirado muitas pessoas a mudarem seu visual e usarem o que quiserem independente do gênero. Adeptos ao estilo genderless, eles chamam a atenção por não usarem roupas definidas como “femininas” ou “masculinas” e não seguirem os padrões que a sociedade acaba impondo. 

De acordo com pesquisa realizada pela revista “Estudos em Design”, no que se refere ao que os motiva para o consumo de moda sem gênero, os resultados mostram que 73,5%. dos 68 respondentes utilizam apenas porque gostam, não sabendo especificar o motivo. Outros 35,2% concordam que as peças sem gênero promovem mais liberdade de expressão pessoal e apreciam a diversidade que o conceito suscita. 

 

De acordo com a professora de Design de Moda Gabriela Garcez, as roupas agênero são mais do que uma tendência, pois não se caracterizam como algo passageiro. Ela explica que essa é uma construção que vem a muitos anos, mas que o termo ganhou força no século XXI. Segundo a mesma, antes da Revolução Industrial era comum homens vestirem roupas tão enfeitadas quanto as mulheres. Eles costumavam usar salto alto, peruca e maquiagem. Porém, Garcez conta que por volta do século XIX começou a distinção entre eles, assim, os homens passaram a usar ternos pretos e as mulheres a vestir roupas cheias de camadas e corselet justinhos.

Dessa forma, Garcez afirma que a moda sem especificações de gênero se configura como uma necessidade para que as pessoas possam se expressar. Ela ressalta que atualmente esse movimento tem grande força por parte dos homens, pois as mulheres já vêm incorporando roupas do vestuário masculino desde os anos 50. Para eles, hoje, há a intenção de resgatar a liberdade de expressão por meio do vestuário, pois as roupas são o que há de mais visível nas pessoas. 

 

Com relação a produção de roupas agênero, a professora explica que a diferença está na modelagem da peça. Isso porque os homens tendem a ter o ombro mais largos e as mulheres o quadril. Garcez afirma, entretanto, que já existem marcas que trabalham com roupas mais justas que servem para ambos os sexos. Ela ressalta que a moda agênero trata de vestimentas que servem tanto para o corpo masculino quanto para o feminino. Portanto, há certa diferença com as roupas unissex que se caracterizam por moletons e calças jeans que ambos costumam usar.

Mesmo com a onda de conservadorismo atual, a professora de Design de Moda acredita que o movimento agênero deve continuar se expandindo. “Quando a gente tenta reprimir algo, às vezes volta com mais força ainda. Mesmo com o movimento conservador a gente vê com muita frequência na rua homens usando roupas que eram consideradas femininas e meninas com o aspecto visual que eram considerados masculinos. Principalmente os jovens, que são o primeiro grupo que adere às novidades.”

Para Marcos Signorelli, professor associado a saúde coletiva, esse movimento contribui para a diminuição da desigualdade que existe entre homens, mulheres e pessoas que não se enquadram em nenhum dos dois. “Cada vez mais eles têm ganhado forças, embora haja uma onda conservadora na sociedade que questiona esses movimentos, mas são muito importantes porque fazem parte da cultura da sociedade”, explica. 

Antigamente, um homem usando uma camisa rosa era considerado inaceitável. Hoje em dia vemos que é comum e não há nada de errado nisso, afinal, é apenas uma cor, certo? Marcos ainda explica que a moda genderless é importante para a inclusão de pessoas que se consideram não-binárias, ou seja, não se consideram nem como homens, nem como mulheres. “É importante ter roupas unissex para que elas se vistam de uma maneira confortável.”

Porém, o professor diz que as calças jeans, por exemplo, ainda têm cortes muito específicos para homens e mulheres e por esse motivo, é difícil achar peças que se encaixem no conceito. “Os clientes têm dificuldade de encontrar peças”, explica. Outro problema é a dificuldade de encontrar lojas que investem no conceito. 

Confesso que não estou muito adaptada a usar roupas unissex mas admiro muito quem usa e acho as roupas muito estilosas. Eu, como não entendo muito de estilo e moda, tinha a ideia de roupas unissex totalmente diferente. Para vocês que gostam de usar roupas mais modernas sem se preocupar com gênero, a Slay apresenta estilos de blusas e moletons com um toque bem moderno e diferente. Dá uma olhada:

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A Slay é uma loja online que vende camisetas, moletons e peças customizadas. Paulo Henrique Pitol, fundador da marca, conta que decidiu adotar peças unissex porque não queria criar roupas que fossem somente para meninos ou apenas para meninas. “Queria que todos pudessem usar de uma forma igual.”, afirma.

O jovem empreendedor, de 21 anos, conta que busca entender o que o seus clientes gostam e o que costumam usar. Paulo é quem desenha todas as peças da marca, para ele, o mais importante é que as pessoas se sintam bem e confortáveis com o que estão vestindo.

Para Alice Alves Gimenes, que é cliente da Slay, a autenticidade da marca é um dos motivos que fazem com que ela se identifique e consuma as peças produzidas pela loja. “Eles sempre buscam fazer um produto diferente das coisas que tem no mercado”. Ela comenta que gosta do fato de as roupas não serem estereotipadas. “Eu uso o que me faz sentir bem, não ligo para as separações de gênero.”, afirma.

Lucas Pini é cliente da Slay desde 2018, para ele, sua identificação com a marca está relacionada ao visual mais jovem e extrovertido que ela passa. De acordo com o mesmo, é interessante que as lojas transmitam uma visão atual da sociedade. “Mostrar que a roupa não define a pessoa em si. Se ficou bonito, [você] compra”.

 

A Slay é uma empresa virtual que vende vestimentas unissex. A ideia da loja veio do Paulo Henrique Pitol e Iris Manfrinato. Ambos tinham interesse em criar uma marca e produzir roupas, então começaram a pesquisar, pegando referências de lojas online. A partir daí, as peças começaram a ser montadas e então, lançaram em 2018, a Slay.

A marca tem como principal objetivo fazer com que os clientes se sintam bem e confortáveis vestindo as peças que produzem. Essa preocupação e a identificação do público com a Slay fez com que a loja crescesse rapidamente. Hoje, eles têm mais de 2 mil seguidores nas redes sociais. 

Atualmente, a Slay vende moletons, camisetas e peças customizadas. Um diferencial da marca é que as compras dos produtos podem ser feitas pelo Instagram @slay.storee (https://www.instagram.com/slay.storee/?hl=pt-br).

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