Jornalistas do PR sofrem perseguição e violência

por Ex-alunos
Jornalistas do PR sofrem perseguição e violência

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Sindicato organizou um protesto e criou um núcleo para proteger os profissionais.

Por Renata Martins

O aumento dos casos de agressão e perseguição a jornalistas no Paraná está preocupando o sindicato da categoria, que, nas últimas semanas, criou um núcleo para defender os profissionais (Comitê Paranaense de Proteção ao Jornalista) e realizou um protesto público, com a participação de cerca de 100 pessoas.

O caso mais recente aconteceu nas manifestações de 29 de abril em frente à Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), no Centro Cívico, que foi cenário de uma violenta repressão policial a um protesto de professores e estudantes. Cinco jornalistas que cobriam o conflito ficaram feridos, depois que os militares utilizaram bombas de gás, balas de borracha e jatos de água para conter os manifestantes.

Entre os feridos com mais gravidade está o cinegrafista Luiz Carlos de Jesus (Band), que foi mordido na perna por um cão da raça pitbull da Polícia Militar. Já o cinegrafista Rafael Passos (Catve) e o repórter fotográfico Henry Milleo (Gazeta do Povo) foram atingidos por balas de borracha.

Ameaças

Quanto às ameaças à classe, o caso de maior repercussão foi a tentativa de intimidação ao jornalista James Alberti (RPCTV). Ele foi ameaçado de morte por telefone em uma ligação que revelava um esquema para matá-lo por meio de um suposto assalto a uma churrascaria de Londrina, onde o profissional apura um esquema de corrupção. Para garantir a segurança de Alberti, ele foi removido da cidade e enviado para fora do estado, em um destino reservado.

Outro caso, em Francisco Beltrão, no Sudoeste do Paraná ocorreu em uma emissora de rádio, à qual o dono do time de futebol da cidade falou que iria bater no jornalista Adolfo Pegoraro pelo fato de o comunicador ter manifestado sua opinião durante uma partida da equipe.

Ato do sindicato

Esse conjunto de situações motivou a reação do Sindicato dos Jornalistas do Paraná (Sindijor), por meio da criação do comitê e do ato público. “A ameaça dirigida ao James Alberti foi um caso extremo, inaceitável. Nós não podemos aceitar isso”, relata o presidente da entidade, Guilherme Henrique Vidal.

Ele conta que, após o relato de Alberti, vários outros jornalistas procuraram o sindicato e relataram também estar sofrendo ameaças. Assim, o Sindijor organizou a  manifestação “BASTA: Chega de perseguição a jornalista”, em 3 de maio, Dia Internacional da Liberdade de Imprensa.  Mais de 100 pessoas participaram do ato, cuja concentração começou nas Ruínas de São Francisco e seguiu a Feira do Largo da Ordem, no Centro Histórico da cidade, onde foram distribuídos panfletos para alertar a sociedade sobre as ameaças à categoria.

Já o Comitê Paranaense de Proteção ao Jornalista, criado no fim de abril, reúne membros do Sindijor, deputados estaduais, representantes da ONG Terra de Direitos e da Secretaria Nacional de Direitos Humanos. “Esse Comitê vai reunir todas as informações de ameaças. Então, a gente pede para que os jornalistas denunciem ameaças, por mínima que seja”, afirma Vidal.

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