Greca se reelege em Curitiba com cerca de 60% de votos

por Leticia Fortes Molina Morelli
Greca se reelege em Curitiba com cerca de 60% de votos

Vitória do atual prefeito no primeiro turno já era prevista pela pesquisa Ibope

Por Eduardo Veiga e Letícia Fortes

O atual prefeito de Curitiba, Rafael Greca (DEM), reelegeu-se, neste domingo (15), e permanecerá no cargo por mais quatro anos. A vitória de Greca, com 59,77% dos votos válidos, confirma as estimativas feitas pelas pesquisas anteriores. O resultado saiu às 19h45, com 95,12% das urnas apuradas. Confira o resultado da eleição.

O candidato eleito no primeiro turno é aquele que obtém 50% mais um dos votos válidos na apuração oficial. O percentual de votos válidos de um candidato(a) é igual ao número de votos recebidos por um candidato(a) específico(a) sobre o total de votos, exceto brancos, nulos e indecisos.

Com Eduardo Pimentel (PSDB) como vice-prefeito, Rafael Greca chega com propostas que ampliam programas da atual gestão. As pautas do candidato se concentram em inovação, mobilidade urbana, integração da região metropolitana e pós-pandemia.

Conheça quem é Rafael Greca

Rafael Greca de Macedo nasceu em Curitiba, em 17 de março de 1956. Filho de engenheiro, Greca cursa economia na Fundação de Estudos Sociais do Paraná (FESP), em 1977, e engenharia civil e especialização na UFPR, em 1978. Além da atuação política, Greca também é escritor, poeta e atua no campo da história. É membro da Academia Paranaense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná e do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc). Desde 1991, é casado com Margarita Sansone.

O primeiro cargo político de Greca foi em 1983, quando se elege vereador de Curitiba pelo PDT. Ao fim do mandato, em 1987, foi eleito deputado estadual, cargo que ocuparia novamente de 2003 a 2007. Apoiado pelo então prefeito, Jaime Lerner, Greca venceu a eleição de 1992 para a prefeitura, se elegendo no primeiro turno o 77o prefeito da capital. Uma das marcas de sua gestão é a criação do Instituto Farol do Saber, projeto que resulta na construção de 50 bibliotecas públicas. Em 1998, na candidatura a deputado federal, recebe a maior votação do estado.

Compondo o congresso no segundo governo de Fernando Henrique Cardoso, Greca é nomeado ministro de Esporte e Turismo. Em maio de 2000, Greca renuncia ao cargo após ter sido acusado de envolvimento com máfia de bingos e máquinas caça-níquel. Em dezembro do mesmo ano, assume a Secretaria de Comunicação Social do Paraná, a pedido de Jaime Lerner, governador na época.

O governador Lerner, além do cargo de secretário em 2000 e do apoio para a prefeitura em 1992, leva Greca para a Secretaria de Planejamento e Coordenação Geral e para a Casa Civil, em 1997. No mesmo ano, Lerner e Greca saem do PDT e filiam-se ao PFL. Em 2002, durante convenção partidária, Greca se lança como pré-candidato ao governo estadual. Porém, Jaime Lerner e a cúpula do PFL decidem apoiar Beto Richa, do PSDB. A aliança com Lerner se rompe e Greca muda para o PMDB, iniciando seu apoio a Roberto Requião. Cinco anos antes, Requião havia atacado Greca – que, na época, era ministro-chefe da Casa Civil -, acusando-o de gastar excessivamente na realização dos jogos mundiais da natureza, em Foz do Iguaçu.

Em 2006, Greca se destaca como um dos coordenadores da campanha que reelegeu o governador Requião. Em 2007, assume a Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar). Em 2010, Greca é nomeado como assessor comissionado de Requião, que voltou ao Senado Federal no mesmo ano. Não conseguindo se eleger a nenhum cargo nas eleições de 2010, 2012 e 2014, Greca vence Ney Leprevost no segundo turno das eleições municipais de 2016 e pela segunda vez é eleito prefeito, sucedendo Gustavo Fruet (PDT).

Greca foi alvo de investigação do desaparecimento de 12 peças do acervo histórico conservado pela Casa Klemtz. Em 2001, a Fundação Cultural de Curitiba (FCC) – que havia comprado a Casa Klemtz em 1995, quando Greca era prefeito – produziu o relatório que aponta o desaparecimento. Porém, uma postagem feita em 2014 no perfil do Facebook de Greca supostamente mostrou três das 12 peças desaparecidas em uma foto de sua chácara. Em junho de 2019, o Ministério Público do Paraná emitiu um relatório em que afirma não existir relação entre o acervo da Casa Klemtz e as peças na chácara de Greca. O caso então é arquivado.

Na campanha de 2016 para a prefeitura, uma declaração de Greca gera polêmica. Participando de uma sabatina organizada pela PUCPR e o jornal Bem Paraná, o então candidato afirma que vomitou na primeira vez que carregou um “pobre” em seu carro. Em resposta à repercussão da fala, Greca afirmou que as críticas ao seu comentário partiram de pessoas ‘hipócritas’.

Quanto à atual gestão, o prefeito recebe críticas sobre a utilização feita dos cofres públicos. Em maio de 2019, Greca foi  denunciado por gastos excessivos com refeições em viagens oficiais. Registros apontam que, em um determinado dia, a conta de apenas um almoço com dois assessores foi R$ 801. Em outra ocasião, o gasto total com refeições foi de R$ 1.300. Uma nova controvérsia, levantada em setembro do mesmo ano, mostra que a prefeitura havia gasto R$ 5.000 na compra de 12 maçanetas. As peças, que possuem formato de pinhão, foram criadas pela primeira-dama, Margarita Sansone. No início deste ano, mais uma vez utilizando o dinheiro da prefeitura, Greca propõe a criação do maior jardim de esculturas do Brasil. Na compra das esculturas, foram gastos R$ 6 milhões.

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