Futebol de 5 ganha força em Curitiba

por Fatos
Futebol de 5 ganha força em Curitiba

Projeto estimula a modalidade no Paraná

Por Giuliana Rossi

O Futebol de 5 é a modalidade de futebol para deficientes visuais. A modalidade é praticada em Curitiba desde a década de 80, mas ganhou força com o Projeto Maestro da Bola, que promove a inclusão social através do esporte.

A modalidade surgiu na Espanha, por volta da década de 1920 e desde então está presente no cenário dos esportes. Porém, somente em 2004, a modalidade entrou para o programa dos Jogos Paralímpicos em Atenas. O Brasil foi o campeão em todas as edições dos jogos até então.

O Futebol de 5 é praticado em quadras com as mesmas dimensões do futsal e com algumas alterações nas regras tradicionais. Os jogadores são classificados em três classes, levando em consideração o nível da visão: B1 são os atletas cegos totais; B2 são os atletas que percebem vultos; B3 são atletas que conseguem definir imagens. Para assegurar a igualdade de condições, os jogadores jogam com os olhos vendados. O único jogador que enxerga é o goleiro. Nos Jogos Paralímpicos, apenas atletas do nível B1 (cegos totais) podem participar, com exceção dos goleiros.

Algumas adaptações são feitas para que a prática da modalidade seja efetuada. No interior da bola há guizos, que orientam os jogadores durante a partida.

A modalidade em Curitiba ganhou força com o projeto do ex jogador da Seleção Brasileira Ricardinho, Maestro da Bola, que por enquanto é a única equipe de futebol de 5 do Paraná. Um dos idealizadores do projeto e percursores da modalidade no Estado, Mário Sergio Fontes, conta que o esporte estava estagnado desde 2012 em Curitiba. O time, que foi criado no ano de 2017, já se tornou destaque no Paraná e compete com equipes de outros estados em competições regionais.

O atleta do time Maestro da Bola, Henri Xavier, conta que a organização é um ponto positivo do projeto: “Curitiba nunca teve um trabalho tão sério assim.” O fato do projeto ser gratuito e aberto à comunidade, atrai possíveis atletas de alto nível e pessoas que querem jogar apenas por lazer, explica Xavier. “Participar de um projeto como esse traz uma sensação de pertencer a um grupo que se apoia”, finaliza o jogador.

Treinar uma equipe de deficientes visuais tem seus desafios, mas não é limitante, explica o técnico do time, Roderlei Ferreira: “tudo que eu faço no futebol convencional, faço aqui com eles”. O treinador conta que muitos dos atletas têm potencial para fazer parte da Seleção Brasileira. Ferreira critica a falta de campeonatos na modalidade, que são de extrema importância para os jogadores, que se sentem motivados pelas competições.

O jogador Emerson Carvalho conta que está muito contente por poder praticar a modalidade na sua cidade, Curitiba. O atleta comenta que sempre jogou futebol por diversão e somente aos 12 anos de idade descobriu a modalidade para cegos: “a gente jogava com latas, porque elas faziam barulho”. Souza conta também que precisava ir a outras cidade para treinar e acabava ficando muito tempo longe da família. Com o projeto Maestro da Bola, o jogador conta que pode treinar em Curitiba gratuitamente, o que foi um grande acontecimento em sua vida.

Autor