Fotos mostram mudanças na arquitetura de Curitiba

por Ex-alunos
Fotos mostram mudanças na arquitetura de Curitiba

A história da cidade está presente em diversas edificações

Por Karoline Mokfianski

Curitiba modificou sua arquitetura nos últimos anos e passou por diversos estilos e movimentos estéticos até chegar ás características que apresenta hoje. Ao andar pelas ruas da capital paranaense, as edificações nos remetem à cada pedaço da história da cidade, que é tida como símbolo de planejamento urbano.

A capital paranaense ganha novos edifícios a cada dia e a preocupação com a sustentabilidade e o bem-estar aumentaram, segundo a arquiteta Roberta Meyer Sens. “Curitiba está evoluindo quanto à arquitetura. Atualmente, tanto o conceito de sustentabilidade quanto conceitos de conforto ambiental estão chegando com mais força à cidade. As pessoas estão entendendo mais a diferença que faz um bom projeto para o bem-estar”.

Os prédios históricos contam a história da cidade e ajudam a preservar as memórias. Para Roberta, é fundamental que a arquitetura, apesar das evoluções naturais e históricas, seja preservada. “Os prédios históricos, como o próprio nome diz, contam a história da cidade. Preservar a arquitetura é preservar a memória. As memórias significam quem somos. Através da arquitetura podemos entender antigas tecnologias, materiais e a cultura da época em que ele foi construído”.

Em janeiro deste ano, o prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet, assinou um projeto de lei de Proteção do Patrimônio Cultural de Curitiba. No texto, elaborado por equipes da Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), Fundação Cultural de Curitiba, Secretaria Municipal de Urbanismo e Procuradoria Geral do Município, são regulamentados os instrumentos de proteção ao patrimônio cultural, entre eles o inventário, o tombamento, o registro e a vigilância.

Para a arquiteta Roberta, o poder executivo é importante na preservação do patrimônio histórico da cidade em vários sentidos, tanto para iniciar os processos de tombamento do edifício, incentivar sua preservação, quanto para valorizar a história. “Cabe ao estado conceder benefícios aos proprietários, através da utilização de instrumentos como a isenção de impostos, ao exemplo do IPTU (Imposto territorial Urbano), incentivar os proprietários com a troca de potencial construtivo e outros benefícios que podem ser concedidos, de acordo com a legislação do município”, disse Roberta.

Estilos arquitetônicos se modificam

Até a década de 1950, o neoclassicismo tomou conta da cidade, que era uma reprodução da Europa Antiga. Alguns anos depois, surge o modernismo, marcado pelo concreto armado, arquitetura mais limpa e fazendo uso de elementos como o vidro e o ferro. “Isso já era percebido nas edificações de Brasília e se repetiu aqui na construção do Centro Cívico”, explica o arquiteto Flavio Lavin.

O modernismo ainda se faz presente em algumas referências da arquitetura na cidade até os dias atuais. Esse movimento construiu a expressão “que casa moderna”, como explicou o arquiteto.

Centro Cívico: arquitetura moderna, uso do concreto armado, linguagem formal, grandes panos de vidros nas fachadas. Crédito: Nani Góis/SMCS

Centro Cívico: arquitetura moderna, uso do concreto armado, linguagem formal, grandes panos de vidros nas fachadas. Crédito: Nani Góis/SMCS

O Palácio Avenida foi construído em 1929. É neoclássico e possui as mesmas carcterísticas do prédio da UFPR. Crédito: Maurilio Cheli/SMCS

O Palácio Avenida foi construído em 1929. É neoclássico e possui as mesmas carcterísticas do prédio da UFPR. Crédito: Maurilio Cheli/SMCS

Hospital de Clinicas – (pré modernismo ) construído em 1953 ainda se prendendo ao neoclássico. O edifício já não tem mais tanto os adornos, caminha-se para uma arquitetura mais limpa. As janelas e portas já não possuem mais os arcos. Crédito: Divulgação

Hospital de Clinicas – (pré modernismo ) construído em 1953 ainda se prendendo ao neoclássico. O edifício já não tem mais tanto os adornos, caminha-se para uma arquitetura mais limpa. As janelas e portas já não possuem mais os arcos. Crédito: Divulgação

O Paço Municipal é eclético e foi construído em 1916. Possui ornamentação e simbolismo nas fachadas. Crédito: Orlando Kissner/SMCS

O Paço Municipal é eclético e foi construído em 1916. Possui ornamentação e simbolismo nas fachadas. Crédito: Orlando Kissner/SMCS

Os prédios das décadas de 1980 a 1990 não possuem preocupação com a qualidade da construção e da vida das pessoas, já que nessa época o alto interesse econômico fazia com que as edificações fossem erguidas rapidamente. “Devido a isso é que hoje vemos alguns paredões de prédios em Curitiba nos quais nem o sol aparece”, afirma Lavin.

Na contemporaneidade, entretanto, essa preocupação no sistema construtivo se faz muito presente e a qualidade de vida dos espaços, integração com a cidade e a composição estética são tidos como prioridades. Apesar disso, ainda existem construções que insistem em buscar referências em outros movimentos, como o neoclassicismo, por exemplo.

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