Filme live-action da Barbie mostra evolução da franquia e do cinema, dizem especialistas

Novo filme da Barbie promete diversidade no elenco e busca avanços em Hollywood
Por Beatriz Camargo Dias, Beatriz Moschetta e Giovanna Romanoff
O filme live-action Barbie, que irá estrear no dia 21 de julho, é avaliado por críticos como,a exemplo dos últimos filmes de Hollywood, uma obra que irá apostar na promoção da diversidade. O trailer oficial do filme foi divulgado no dia 4 de abril e é mais uma das grandes produções da diretora Greta Gerwig.
O elenco da produção vai contar com uma diversidade de etnias, gêneros e sexualidades, e tem a proposta de ser um “Barbieverso”, no qual uma das personagens percebe que não se encaixa nesse mundo e parte para uma aventura na vida real.
A professora e mestra em cinema Fernanda Biazetto acredita que, nos últimos tempos, a indústria vem tentando vender ingressos com a inclusão nos filmes, e que isso pode ser positivo. Para ela, o cinema tem sido forçado a se revolucionar e está, finalmente, retratando a realidade do mundo. Assim, com o filme da Barbie, é possível que mais pessoas vejam que os filmes precisam ser mais inclusivos. Fernanda pondera que faltam mulheres em posições de poder na grande indústria cinematográfica.
Crítico diz que inclusão é estratégia de mercado
O jornalista e professor Carlos Debiasi afirma que, nos últimos anos, as produções têm a cada dia tentado incluir mais diversidades em seus filmes e, apesar disso, essa tentativa não quer dizer que Hollywood está ficando mais diversa. O que realmente isso significa, para ele, é que os filmes querem passar a impressão de serem inclusivos, pois é isso que o mercado tem pedido nos últimos tempos. Na verdade, porém, a indústria não agiria assim, se fosse algo que não aumentasse a bilheteria.
Assim, após a divulgação dos atores que farão parte do elenco, ficou claro como a franquia está, a cada dia, mais decidida a incluir novos personagens fora do padrão “Barbie” e está tentando fazer disso um hábito. Porém, nem sempre foi assim. A Mattel tem um histórico grande de bonecas Barbie polêmicas, como a linha “dolls of the world” (bonecas do mundo) que retratam um estereótipo considerado ofensivo a diversas etnias diferentes. Além disso, a Barbie sempre foi um retrato de um padrão de beleza extremo, exibindo magreza excessiva e a necessidade de ser branca e loira de olhos claros.
Para as jornalistas Denise da Costa Oliveira Siqueira e Aline Almeida de Faria, autoras do artigo “Corpo, saúde e beleza: representações sociais nas revistas femininas”, o corpo é construído de acordo com as representações, que são construídas e reproduzidas pelas pessoas. Dessa maneira, as pesquisadoras entendem que sempre iremos tentar reproduzir o padrão de beleza que vimos. Portanto, grandes marcas precisam perceber o grande impacto que elas têm na vida das pessoas e agir conforme isso.