Fatos Esportivos Em Casa #5: Júlio Campos, piloto de Stock Car

Piloto fala sobre memórias, conquistas e sobre a pandemia no esporte
Por Romano Zanlorenzi
O piloto curitibano Júlio Campos é o quinto entrevistado do Fatos Esportivos Em Casa, feito por estudantes de Jornalismo da PUCPR. O currículo do piloto é cheio de momentos marcantes, além de encontros excepcionais e histórias emocionantes. Na entrevista, ele fala sobre a trajetória até chegar à maior categoria de automobilismo no Brasil, onde se encontra até hoje.
INÍCIO DA CARREIRA
Campos iniciou a carreira no começo dos anos 1990, influenciado pelo irmão Marco Campos, que perdeu a vida em 1995 enquanto disputava a última etapa da Fórmula 3000 da temporada. No kart, Júlio foi quatro vezes campeão nacional, uma vez sul-americano e uma vez pan-americano. “Foi uma fase bem bacana. A gente tinha a família envolvida no automobilismo. Quando você tem um membro da família que se destaca, a tendência é que a família se envolva também”, conta o piloto.
Além das passagens pelo kart, no início dos anos 2000, ele pilotou carros monopostos na Europa, onde chegou a ser segundo colocado em Mônaco em uma das corridas. Também disputou posição com personalidades do automobilismo mundial, como o bicampeão mundial de Fórmula 1 Fernando Alonso.
Quando ainda pilotava no Brasil, foi convidado pela família Senna a pilotar na fazenda deles em São Paulo, onde teve a oportunidade de conhecer o ídolo Ayrton. Mais tarde, quando já pilotava na Europa, em um campeonato, conheceu o heptacampeão de Fórmula 1, Michael Schumacher. A passagem de Campos pela Europa teve ele vencendo o título da Dodge 2000.
RETORNO AO BRASIL
Júlio retornou ao Brasil na metade dos anos 2000, por conta de falta de patrocínio, e chegou a ficar dois anos sem correr em nenhuma categoria. Mais tarde, foi vice-campeão da Stock Light, no Brasil, em 2005. Um ano depois, ele estreou na Stock Car, categoria em que acumula momentos inesquecíveis, como a vitória no circuito de Curitiba, tornando-se o primeiro curitibano a vencer na cidade. Campos mostrou muita personalidade quando foi informado do tabu, pouco antes da prova: “O carro estava muito rápido e, como terminei dentro do planejado na primeira corrida, consegui me recuperar e vencer a segunda corrida”, contou o piloto. Naquele ano, Júlio terminaria o campeonato em décimo primeiro, com mais quatro pódios conquistados.
Além dessa vitória em Curitiba, Júlio conta com mais três vitórias na categoria, e segue na busca do primeiro título. Na última temporada, ficou em quinto no campeonato. Para a temporada de 2020, Júlio Campos assinou com a equipe Crown Racing, ainda sem companheiro de equipe definido.
Em 2009, Júlio venceu a Copa Montana.
TREINO NA QUARENTENA
Durante a quarentena e com o automobilismo parado, a alternativa para Júlio manter a forma e estar preparado para quando as atividades retornarem foi treinar por conta: “Tentei fazer meu treino por conta, para ver se o tempo passava. Colocava um filme para assistir enquanto pedalava e, quando via estava há quase duas horas na bicicleta. Também treinei muito em simulador”, disse Campos.
A categoria se prepara para retornar as atividades em julho. Para o piloto, deve-se realizar as etapas com número seguro de pessoas dentro da garagem, sem que haja problemas de aglomeração. Ele também defende que o início seja sem público, apesar de considerar a torcida um elemento fundamental nas corridas. Outra medida seria a troca de pneus ser feitas por uma pessoa em cada roda – hoje, são três. “Seria uma troca mais lenta, mas seria mais lenta para todos” ressaltou o piloto, destacando não haver prejuízo específico para nenhum piloto em particular.
Confira, abaixo, o programa na íntegra: