Famílias ganham dinheiro extra com fabricação de máscaras de tecidos

por Giulia Militello Dias dos Santos
Famílias ganham dinheiro extra com fabricação de máscaras de tecidos

Costureiras de Curitiba encontram jeito de conseguir fonte de renda extra ajudando os outros na prevenção contra o Covid-19

Por Danielle Sousa, Giulia Militello e Maria Clara Monteiro|Foto: Danielle Sousa

 

Com o crescimento dos casos de coronavírus no Brasil, aumentou também a busca por máscaras de proteção. Para garantir que os profissionais da saúde e infectados com o Covid-19 tenham acesso às máscaras, o Ministério da Saúde, em nota divulgada no início de abril, orientou àqueles que realmente precisam sair de casa que saiam com máscaras caseiras.

Com isso, a orientação da Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba (SMS) é que a população passe a usar máscaras feitas de tecido (pano ou TNT), como uma medida de prevenção ao vírus, a qual foi incentivada por Luiz Henrique Mandetta, ex Ministro da Saúde.

“Máscaras de pano para uso comunitário funcionam muito bem e não são caras de fazer. Porque, agora, é lutar com as armas que a gente tem. Não adianta a gente lamentar que a China não está produzindo. Vamos ter que criar as nossas armas, e elas serão aquelas que nós tivermos”, explicou Mandetta ao site oficial do Ministério.

Deste modo, Adilson Silva, dono da confecção Maxxi’fit Costura de Alto Padrão, relata que a demanda da confecção caiu 80% em função do Coronavírus. Analisando a situação, teve a ideia de produzir máscaras de tecido, visto que sua fonte de renda é somente a loja. “ Fechou uma oportunidade, e abriu outra”.

No início das vendas ,a demanda era de 200 máscaras vendidas por dia. Depois que o Ministério da Saúde liberou o uso da proteção feita de tecido, mais pessoas passaram a produzir o mesmo material, reduzindo para 100 pedidos diários.

Adilson menciona que cada máscara de tecido duplo demora em média 8 minutos para ser feita e é vendida por R$ 5. Apesar do valor, é uma renda que supre necessidades básicas. “Para ser uma renda boa, teriam que ser produzidas em grande escala, em torno 1 mil a 2 mil peças por semana”.

Em vista disso, muitas pessoas estão optando por esse tipo de produto, pois acreditam que máscaras descartáveis devem ser direcionadas para o uso em hospitais por profissionais da saúde. “Comprei porque tive a informação de que não deveríamos sair sem, mas que a máscara descartável deveria ficar para os profissionais de saúde”, diz Bruna Leucz, estudante de produção musical, que adquiriu o produto.

Projeto social

Devido à situação atual, muitas pessoas se mobilizaram para ajudar outras que precisam. Um exemplo disso é o grupo Confecção do Bem. Camila Teixeira, professora de design atuante do laboratório de cidades da Escola de Belas Artes da PUCPR e representante do projeto social, cita que aqueles que se propuseram a efetuar essa ação solidária, são pessoas do bem e que se uniram para dar vida ao projeto. “Psicóloga, terapeuta, dona de casa, fonoaudióloga, pessoas comuns que sabem costurar e que resolveram começar a produzir essas máscaras para doar para comunidades em situação de vulnerabilidade social”.

Todos que quiserem colaborar, poderão entrar em contato com o Instagram @confeccaodobem, ajudando na doação de tecidos, produção de máscaras ou buscando apoiadores, “todos são bem vindos”.

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