Em conversa com calouros da PUCPR, jornalistas enaltecem a cobertura local

Participaram da aula de Panorama Midiático três jornalistas do jornal Plural e um repórter da RPC
Por Maria Fernanda Carvalho e Bernardo William | Foto: Kimberley Jones
O compromisso do jornalismo com a comunidade local tem se mostrado capaz de potencializar ações sociais e despertar a solidariedade. Uma reportagem produzida pelo jornal Plural, que acompanhou os desdobramentos de um incêndio no bairro Parolin em Curitiba, é um exemplo dessa capacidade. A cobertura foi uma das experiências relatadas na última sexta-feira (20) pelos jornalistas Aline Reis, Maria Cecília Zarpelon e Ricardo Marques de Medeiros em conversa com calouros do curso de Jornalismo da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). No mesmo dia, também durante a aula da disciplina de Panorama Midiático, os estudantes conversaram por videochamada com o repórter Emanuel Pierin, da RPC.
Os jornalistas deram dicas aos alunos e contaram sobre sua rotina nos veículos de comunicação. Em sala, a equipe do Plural falou sobre as características do jornalismo independente e local. Pierin, por sua vez, enfatizou a importância do jornalismo a serviço da população ao relatar sua trajetória no rádio e na TV.
Nos últimos meses, uma sequência de reportagens do Plural sobre ações comunitárias para ajudar famílias vítimas de um incêndio no Morro do Sabão, no Parolin, estimulou uma série de atos de solidariedade que partiram dos leitores do portal (leia aqui matéria sobre a festa de Páscoa e sobre o projeto de construção de uma cozinha comunitária). Para os jornalistas que participaram da cobertura, esse tipo de resultado representa uma das formas de se cumprir a função social da profissão.
A primeira repórter envolvida na cobertura foi Maria Cecília Zarpelon, no seu primeiro plantão de fim de semana para o Plural. Depois, as reportagens tiveram seguimento com Aline Reis. “As pessoas do bairro começaram a mandar informações para o Plural, porque enxergaram no Jornal uma voz para elas, para dar visibilidade à comunidade, que não tem cobertura local”, diz o editor Ricardo Marques de Medeiros. “Assim ficamos sabendo de uma campanha de páscoa e, por causa das reportagens, várias pessoas fizeram doações para a comunidade.”
Telejornalismo
Mesmo com a chegada da internet e sua consolidação como o principal meio de comunicação, o jornalismo televisivo ainda é um meio de enorme alcance populacional. O repórter Emanuel Pierin, da RPC, diz perceber que o jornalista de TV torna-se uma espécie de porta-voz para uma parcela da população. Para ele, o valor humano do jornalismo é sua maior motivação para seguir ativo na profissão. Pierin também reforça a necessidade de fornecer à população informação de qualidade. “Cabe aos jornalistas o crédito profissional; qualquer um pode fazer blogs e podcasts, mas ter técnica é o diferencial, e vocês estão aqui para aprender isso”, disse.
No caminho entre a emissora e uma pauta, de dentro do carro, Pierin conversou com os estudantes e resumiu sua trajetória profissional, que começou no rádio e depois migrou para a TV. O jornalista se despediu cumprimentando os calouros pela escolha do curso. Ele ressaltou que o mercado tem espaço para bons profissionais e que a população respeita os jornalistas. “O jornalismo, apesar do que muitos dizem, é uma profissão respeitada e reconhecida.”