Eloy Casagrande

Eloy Casagrande, candidato ao cargo prefeito, foi o escolhido para representar o partido Rede de Sustentabilidade nas eleições de 2020. O curitibano é professor na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e já se candidatou a vereador em 2016. Casagrande é PhD em Engenharia de Recursos Minerais e Meio Ambiente, possui várias pesquisas na área de sustentabilidade e foi presidente da Câmara Temática do Meio Ambiente e Sustentabilidade.
Confira as checagens feitas pela nossa equipe:
Eloy Casagrande (REDE) fez uma publicação em seu perfil no Instagram no dia 24 de outubro, em que cita a problemática do lixo tóxico no meio ambiente e faz uma crítica ao funcionamento da coleta desse tipo de resíduo na capital paranaense. Eloy diz:
“A coleta do resíduo tóxico em Curitiba acontece apenas uma vez por mês em terminais de ônibus em um sistema de rodízio de caminhão e você tem de entrar no site da Prefeitura para verificar o dia”.
Na sequência do post, o candidato apresenta seu plano para resolver o problema. Através de uma checagem no site da Prefeitura de Curitiba no Calendário 2020 de coleta de lixo tóxico é possível observar que a coleta acontece uma vez por mês, em cada um dos 25 principais terminais de ônibus de Curitiba, ou seja, no município inteiro acontecem 25 coletas por mês. A afirmação do candidato é verdadeira, mas induz o leitor ao erro. Quando ele se refere à frequência da coleta, ele diz: “Acontece apenas uma vez por mês em um sistema de rodízio de caminhão”. O texto de Eloy dá a entender que existe apenas uma coleta por mês na cidade. Ele se refere a um “sistema de rodízio” e não menciona que esse sistema trabalha em praticamente todos os dias úteis do mês, uma vez por mês em cada local.
Em entrevista para o Programa Verdade&Expressão, Eloy menciona um grave problema que ocorre na capital paraense, as ocupações irregulares. O candidato comenta:
“A questão da moradia social é um assunto que nunca foi tratado por nenhuma gestão, Curitiba construiu toda sua fama em cima do transporte, parques e urbanismo enquanto as moradias sociais e seu problema, são colocadas embaixo do tapete”.
Casagrande ainda cita dados de um levantamento deste ano, que mostram a existência de 40 mil famílias, que moram em ocupações irregulares em Curitiba, feito pela Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab).
Apesar da existência da “Lei de Edificações e Regularizações Fundiárias de Curitiba”, de nº 15.635 sancionada em maio por Rafael Greca, ter gerado questionamentos e até mesmo expectativas em toda a população, principalmente entre as 40 mil famílias que vivem em áreas irregulares da cidade, a lei não irá auxiliar na regularização fundiária em terrenos ocupados. As ocupações irregulares ainda não obtiveram nenhum suporte com a nova lei, que auxilia apenas regularização de terrenos que já estão em andamento, porém possuem dificuldades com a regularização da construção.
Em um debate entre Eloy Casagrande (REDE) e João Guilherme (NOVO), realizado pela Jovem Pan no dia 2 de novembro, Casagrande comenta sobre uma de suas propostas:
“Trabalho com a questão de mudanças climáticas, como emissões de carbono. Curitiba não está se preparando para isso, conta com um grande problema de uma frota de veículos muito grande, sendo mais de 1 milhão e meio.”
Na sequência, o candidato apresenta dados sobre o número de veículos na cidade, analisado a seguir. O dado apresentado pelo candidato sobre a frota de veículos na capital paranaense é real. Curitiba possui 1.551.463 veículos correspondente a 75% da população da cidade em 2018, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Porém, ao mencionar sobre a falta de preparação da cidade em questões climáticas como emissões de carbono, um equívoco é notado. Curitiba conta com soluções como o Inventário de Emissões e o Inventário das Fontes de Absorção de Gases de Efeito Estufa, que desde 2008 avalia o carbono fixado nos parques, bosques e arborização viária da cidade, de acordo com o 4º Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa. O setor de transporte, citado pelo candidato representa 66,6% da emissão de carbono, porém contou com uma diminuição de 2013 a 2016. Além disso, a cidade está entre as capitais da América do Sul com menores índices de poluição de carbono, ficando atrás de Quito segundo o mesmo relatório, divulgado pela Prefeitura de Curitiba.
Por Eduarda Fiori e Ricardo Luiz da Silva