Demanda por delivery aumenta 90% durante período de quarentena no Paraná

por Eduarda Fiori
Demanda por delivery aumenta 90% durante período de quarentena no Paraná

Crescimento foi confirmado pela Abrabar e foi motivado pelo decreto do Governo do Paraná para que pedidos sejam feitos apenas por delivery

Por Eduarda Fiori, Isabella Serena e Ricardo Luiz da Silva

No dia 19 de março, o Governo do Paraná determinou o fechamento de bares, restaurantes e lanchonetes, mantendo apenas as entregas delivery. Desde então, o volume de pedidos do serviço aumentou cerca de 90%, de acordo com a Associação de Bares, Restaurantes, Casas Noturnas e Similares (Abrabar). Mesmo com um aumento significativo, as entregas em domicílio são apenas uma medida paliativa. Os estabelecimentos da capital receberam recomendações da Prefeitura de Curitiba com medidas a serem tomadas diante da pandemia, a fim de evitar a disseminação e proliferação do coronavírus.

Estima-se que a paralisação do setor fez o Estado deixar de movimentar até R$90 milhões em março, segundo Fábio Aguayo, presidente da Abrabar. Mesmo com um grande aumento nas entregas a domicílio, o setor segue colapsado e deve se recuperar apenas em 2021. “O sistema de delivery está bem saturado no momento, pois todos estão trabalhando neste sistema”, comenta.

“Os aplicativos estão bombando nas entregas, já no particular, quase nenhum cliente está mais chamando”, relata o motoboy Heudes Brito, que trabalha nos aplicativos de delivery e também nas entregas particulares. Ele conta que as recomendações de segurança presente nos aplicativos são muito fracas, a maior parte das medidas de proteção tomadas por ele contra o Coronavírus vêm das ideias de colegas de profissão. Para Heudes, por questões financeiras, parar com as entregas não é uma opção viável.

As medidas de isolamento social levaram diversos estabelecimentos a aderirem ao delivery. “Trabalhar com delivery não estava nos planos, mas no atual cenário virou questão de sobrevivência”, comenta Daniel Mocellin, proprietário da Pizzaria Mathilda. O empresário conta que 85% do faturamento da empresa vem dos aplicativos de delivery, o restante com os pedidos por telefone ou balcão. Para ele, os aplicativos têm dado maior resultado por se tratarem de métodos mais impessoais. “Não é necessário falar com ninguém, não envolve telefone, troco ou passar cartão na hora da entrega”, relata. 

Nem todos os estabelecimentos sentiram um aumento no número de pedidos para entrega. Marcela Cassou, social media do restaurante CHO Street Food, localizado no Batel, conta que o local já trabalhava com pedidos antes do isolamento social.O número de entregas não aumento e nem diminuiu, se manteve igual ao que era antes”. 

Durante o período de quarentena, estabelecimentos que dependem da circulação de pessoas, como lanchonetes, bares e restaurantes, vão sofrer brutalmente e ter uma redução drástica da margem de lucro, avalia Marcelo Curado, professor do Departamento de Economia da UFPR. “Justamente esse tipo de setor que acreditamos que irá precisar do apoio dos bancos e do Banco Central, com a concessão de crédito e empréstimos”. Não há como saber ao certo por quanto tempo essa fase de reclusão poderá durar e uma redução de demanda será necessária, além de que a recuperação começará a partir do momento em que a situação se normalizar na saúde, defende o professor. “O setor de estabelecimentos como restaurantes, por exemplo, vão sofrer por algum tempo após tudo isso. Vai acontecer a quebra de algumas empresas desse setor e será preciso encontrar soluções criativas e novas maneiras de fazer negócio”.

Confira uma sessão de fotos à noite durante a quarentena em Curitiba-PR

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