Curitibanos procuram formas alternativas de segurança

por Izabelly Lira
Curitibanos procuram formas alternativas de segurança

Comportamento contradiz números oficiais, que indicam queda na violência

Por Camila Dariva e Izabelly Lira

Apesar dos dados da Secretaria de Segurança Pública do Paraná (Sesp/PR), divulgados no mês passado, apontarem uma diminuição de 11,7% no número de furtos e de 26,8% de roubos em Curitiba durante o ano de 2017, a apreensão dos moradores e comerciantes da cidade ainda os fazem procurar por mais segurança por meio de empresas privadas de segurança e vigilância compartilhada entre vizinhos.

O comerciante João Antônio da Silva, proprietário de uma farmácia no centro de Curitiba, afirma que escolheu trabalhar com uma empresa de segurança privada depois de ser vítima da ação de bandidos por diversas vezes e perceber que não havia policiamento na região. Ele ressalta que a incidência de tentativas de assalto diminuiu com os acessórios de imagens visíveis e com o patrulhamento que é feito pela empresa.

A arquiteta Morgana Voltoline, moradora do bairro Uberaba, optou por um serviço privado para garantir a segurança da sua residência pois, apesar de perceber policiais na região, teve sua casa furtada: “Nada mais repele bandido”.

A comerciante Ana Antunes, proprietária de um estabelecimento no Água Verde, acredita que apenas a empresa de segurança privada seja suficiente, por isso aderiu ao Vizinhos de Olho: “A gente vê furto, roubo, todos os dias. Graças a Deus, nunca aconteceu com a gente, mas já vimos acontecer e o grupo de Whatsapp já salvou muitas pessoas de serem roubadas”.

A sensação de insegurança intensifica a busca da população por métodos alternativos. Em função disso o Conselho Comunitário de Segurança (Conseg), de Curitiba,  criou o projeto “Vizinhos de olho”, que consiste na montagem de um grupo de chat no celular, no qual as pessoas podem acionar o órgão público. Em cada grupo há a participação de um policial.

Comerciantes sinalização a presença do grupo

Sensação de insegurança

Essa procura por segurança nem sempre é um reflexo dos índices reais de criminalidade, e sim uma maneira de repelir a sensação que as pessoas possuem de insegurança e pela falta de confiabilidade no trabalho da polícia, explica o sociólogo Pedro Bodê. “Algumas pesquisas sobre vitimologia e sensação de insegurança demonstram que as pessoas dos bairros mais seguros são aquelas que tem mais sentimento de insegurança, como os moradores do bairro Batel, em Curitiba”, ressalta.

A diminuição se dá por conta da integração da rede de segurança pública, de acordo com o delegado do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Fábio Amaro. Apesar disso, ele afirma que a população ainda se sente insegura por se sentir impotente: “Eles têm medo de denunciar e o autor [do crime] não ser preso, e sofrerem represálias”.

Regiões mais perigosas

O Portal Comunicare contabilizou as mortes de todos os bairros nas três categorias presentes no Relatório de Crimes com Resultado de Morte, divulgado pela Sesp/PR, sendo elas homicídio doloso, latrocínio e lesão corporal com resultado de morte, e estão apresentados no mapa a seguir os que apresentaram dez ou mais mortes.

Legalidade das empresas

De acordo com um o assistente do coronel responsável pela Conseg em Curitiba, Nilson da Luz, procurar órgãos públicos de segurança é o caminho correto para o cidadão: “existem algumas empresas que ainda não têm legalidade”.

Em contrapartida, o Sindicato de Empresas de Segurança Privada do Paraná (Sindesp/PR) apresenta uma cartilha contra a clandestinidade das prestadoras de serviço. De acordo com o documento, a fiscalização e o controle destes estabelecimentos são realizados pela Polícia Federal.

A equipe do Portal Comunicare produziu um passo a passo de como garantir a legalidade de uma empresa de segurança, de acordo com a cartilha do sindicato:

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