Curitiba será pela segunda vez sede dos Jogos Brasileiros para Transplantados

por Laura Kaiser
Curitiba será pela segunda vez sede dos Jogos Brasileiros para Transplantados

Curitiba vai receber os II Jogos Brasileiros para Transplantados. Foto: Divulgação

Torneio é uma iniciativa de inclusão no meio esportivo e incentivo à doação de órgãos 

Por Laura Kaiser e Luiza Braz | Foto: Divulgação/SMCS

Pelo menos 60 atletas são esperados em Curitiba para participar dos Jogos Brasileiros para Transplantados deste ano. Esta será a segunda vez em que a cidade recebe o torneio, que tem a finalidade de promover inclusão nas atividades esportivas e de incentivar a doação de órgãos. O campeonato será realizado entre 1.º e 4 de setembro.

Para o atleta e transplantado Haroldo Costa, competições como essa, que são destinadas aos transplantados, são experiências inesquecíveis e diferenciadas. “Não são apenas atletas buscando uma vitória. Vai mais além. São pessoas que estão também celebrando uma nova chance e mostrando ao mundo os benefícios do transplante”, diz ele.

O campeonato é promovido pela Secretaria Municipal do Esporte, Lazer e Juventude (Smelj), em cooperação com a Associação Brasileira de Transplantados (ABTx). As atividades da competição serão realizadas no Centro de Esporte e Lazer Xaxim, no Velódromo de Curitiba e no Centro de Esporte e Lazer Dirceu Graeser, com as modalidades de tênis, triathlon, natação, corrida e ciclismo.

Um dos idealizadores do projeto, o vereador de Curitiba Marcelo Fachinello, também destaca que os Jogos Brasileiros para Transplantados possuem como um de seus objetivos mostrar que quem passou por um transplante pode e deve continuar praticando atividade física. Além de ser uma competição esportiva muito bacana, os Jogos para Transplantados trazem mensagens muito importantes”, afirma Fachinello. “A primeira é mostrar que quem passou por um transplante pode e deve continuar praticando atividade física. E também, claro, não podemos deixar de falar sobre a conscientização. A doação de órgãos é extremamente importante e um assunto que deve ser falado por todos. Doar órgãos é dar uma chance de uma nova vida a alguém que necessita.”

A primeira edição dos jogos, em 2019, teve grande mobilização e contou com a participação de 64 esportistas vindos de diversas regiões do Brasil. Segundo Rodrigo Swinka, organizador e participante do evento, os primeiros jogos aumentaram a visibilidade da causa e impactaram positivamente principalmente na vida dos transplantados, uma vez que muitos deles desconheciam da possibilidade e benefícios na prática de esportes.

Para a segunda edição dos Jogos Brasileiros para Transplantados, a expectativa é de que haja uma maior mobilização e que os números cresçam em relação ao primeiro evento. “Após dois anos de pandemia, acreditamos que os atletas estão ansiosos por um evento como este, que além de promover o esporte e a saúde, reúne essas pessoas em torno de uma causa tão nobre”, diz o vererador.

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Doação de órgãos

A doação de órgãos dá a muitas pessoas a oportunidade de reviver e de repensar o estilo de vida a ser levado. Ao contrário do que muitas pessoas possam acreditar, a prática de esportes após a realização dos transplantes é muito positiva para a recuperação. Foi justamente isso que Rodrigo Swinka, diretor regional da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTx) do Paraná e transplantado renal há quase 24 anos, fez após a realização de sua cirurgia. Ele relata que sempre praticou esportes, e que após a intervenção cirúrgica, seguiu na prática de corrida, bicicleta e academia, tendo sido inclusive recomendado por seu médico que fosse atrás de atividades esportivas.

Até agora, no ano de 2022, já foram registradas no estado do Paraná 107 doações, sendo que aproximadamente 42% deste número foi realizado somente na capital. Estes dados, de acordo com o Sistema Estadual de Transplantes do Paraná, correspondem ao total de doações ativas do primeiro trimestre deste ano.

Os órgãos doados são destinados aos pacientes necessitados de transplantes e que aguardam em lista de espera, administrada pelo Sistema Nacional de Transplantes do Ministério da Saúde e Centrais Estaduais de Transplantes. A escolha desses pacientes se dá com base na gravidade da enfermidade, tempo de espera em lista, tipo sanguíneo e compatibilidade anatômica com o órgão doado.

Para o transplantado Haroldo Costa, mostrar como as pessoas se beneficiam do esporte é uma fonte de motivação para quem ainda aguarda a sua vez.  “Você está na fila de espera, o que não é bom, mas vê pessoas que passaram por isso, venceram, e hoje celebram uma nova chance, praticando esportes. Não é motivador?” 

Quem pode ser doador

Segundo o Ministério da Saúde, em vida, para ser doadora, a pessoa deverá ter ao menos 21 anos, boas condições de saúde e a doação não poderá comprometer suas funções vitais. 

Órgãos que podem ser doados

Em vida, e entre cônjuges e parentes de até 4º grau, as doações poderão ser de rim, medula óssea, parte do fígado, ou pulmão, enquanto que, já para desconhecidos, a doação poderá ocorrer somente com autorização judicial.

Após declarada a morte encefálica, as doações poderão ser de córneas, coração, fígado, pulmão, rim, pâncreas, vasos sanguíneos, pele, ossos, cartilagem e tendões. 

Quer ser doador de órgãos?

Para mais informações acesse a página do Sistema Nacional de Transplantes (SNT). 

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