Curitiba ganha nova linha de biarticulado até o fim de março

por Ex-alunos
Curitiba ganha nova linha de biarticulado até o fim de março

As obras geraram confusão com moradores de bairro nobre da cidade

Por Emilia Jurach e Damaris Pedro

Um novo ligeirão, chamado Norte-Sul, promete entrar em circulação até o fim de março em Curitiba ligando os bairros Santa Cândida e Batel. O trajeto, que costuma durar em torno de 43 minutos, se reduzirá a 20 e garantirá mais conforto e segurança aos usuários de ônibus.

A linha foi concebida para atender aos passageiros na ligação direta entre terminais e pontos de grande fluxo, sem fazer o embarque e desembarque a cada 500 metros, como ocorre na linha paradora, explica o coordenador do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano (Ippuc) Mauro Magnabosco. “No percurso do Terminal Santa Cândida até a Estação Bento Viana, de 11 quilômetros, a linha paradora faz o embarque e desembarque em 20 estações. Com a linha direta serão oito paradas, reduzindo o tempo pela metade”.

Magnabosco afirma que a demanda estimada para essa primeira fase de funcionamento é de 36 mil passageiros por dia.

Segundo o diretor de transporte da Urbanização de Curitiba (Urbs) Aldemar Venâncio Martins Neto, foi feito um investimento de R$16 milhões de nas obras da primeira fase do Ligeirão Norte-Sul, e ainda é aguardada a liberação de mais R$15 milhões para a próxima etapa das obras. “A Prefeitura está colocando uma linha que irá beneficiar os usuários diariamente”, afirma.

Felipe Duran, que mora no bairro Santa Cândida, acha que essa nova linha irá trazer muitos benefícios aos usuários que precisam se locomover para a região do Batel. “Quem trabalha nessa região e precisa acordar muito cedo para chegar a tempo, poderá aproveitar os 20 minutos a menos de outra forma, ao invés de passar esse tempo no ônibus”, conta ele, que utiliza ônibus ao menos duas vezes por semana.

Obras que viabilizam novo ligeirão em Curitiba revoltam moradores ao redor da Praça do Japão

Os moradores em torno da Praça do Japão se sentiram lesados com a obra que teve início no dia 26 de fevereiro, em razão da nova linha do ligeirão que ligará os bairros Batel e Santa Cândida.

Segundo o presidente do Conselho Comunitário de Segurança do Batel, Acef Said, não houve diálogo entre os moradores e a prefeitura durante a tramitação do projeto. “Nós apenas ficamos sabendo que as obras começariam, através da imprensa. Faltou transparência”, explica.

Em ato de manifestação os moradores pregaram faixas nas sacadas com o apelo “SOS Praça do Japão” e também formaram um abraço coletivo em volta da praça.

Um dos moradores do bairro nobre Claudio Tortato, classifica a obra como ilícita, e alega que existem leis que os protegem. “Isso não pode ficar assim. Com a ligação desta nova linha a criminalidade vai tomar conta do nosso bairro, trazendo bandidos de outros bairros pra cá”, justifica.

Já Christine Trombini Cordoni, que mora ao lado da praça, não vê problemas em relação à viabilização de uma nova linha. “O problema da criminalização é geral, tem em todo o lugar. Já existe a linha do expresso que circula por aqui. Temos segurança o tempo todo. Acredito que o bem será maior”, finaliza.

Para o coordenador do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano (Ippuc), Mauro Magnabosco, a obra não causa dano à praça. Apenas teve um redução de aproximadamente 168m2 para que os ônibus consigam manobrar, mas a praça não sofrerá nenhum impacto ambiental. “não será derrubada nenhuma árvore. O benefício supera os 168 metros reduzidos da praça”, sustenta.

Em uma enquete realizada com 35 moradores ao redor da praça do japão, 78% são contra as obras e apenas 22% à favor.

Apesar dos moradores terem pedido a interrupção das obras na praça do japão, a ação foi negada pela 5ª Vara da Fazenda Pública de Curitiba. Segundo a Juíza Patrícia de Almeida Bergonese, a prefeitura atendeu o protocolo e sentenciou a continuação das obras. “O projeto, foi bem elaborado, e sua interrupção custaria aproximadamente 16 bilhões para os cofres públicos,” conclui a magistrada.

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