Curitiba está em alerta com casos de febre amarela

Secretária municipal de saúde alerta a população sobre os perigos da doença
Por Leonardo Cordasso
A febre amarela é uma doença causada por um vírus e transmitida geralmente em áreas de mata pelos mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes. A doença ataca trivialmente no período sazonal, de dezembro a maio, quando ocorre o aumento da temperatura, colaborando com a reprodução e proliferação de mosquitos.
No mês de janeiro desse ano a Secretaria da Saúde do Estado do Paraná (Sesa) emitiu um alerta epidemiológico, em decorrência da confirmação da circulação do vírus em macacos, da confirmação do primeiro caso humano, da maior epidemia de febre amarela silvestre registrado no país e da alta letalidade da doença, chegando em até 50% anos os casos mais graves e a falta de familiaridade dos profissionais da saúde com a doença.
No último boletim emitido pela Sesa no dia 28/03/2019, Curitiba aparece com três casos confirmados e 11 em investigação, além de já ter descartado 32 suspeitas. Para Leia Regina, coordenadora da Divisão de Imunobiológicos da Sesa, é de extrema importância a divulgação da campanha de vacinação “Antes a vacinação para febre amarela era feita apenas com indicação médica, pessoas que iriam viajar para países que exigem a vacina ou que iriam se deslocar para áreas de risco, porém, com o alerta epidemiológico todos os indivíduos entre nove meses a cinquenta e nove anos de idade que nunca foram vacinados contra a febre amarela, devem procurar a vacina”. Todos os postos de saúde da cidade oferecem a vacina gratuitamente, e abriram atendimento nos sábados para quem não tem tempo de ir em dias úteis.
De acordo com Ana Paula Stelmalch, bióloga e enfermeira que trabalha no centro de epidemiologia da Sesa, no ano passado algumas campanhas de vacinação tiveram dificuldades em bater a meta, como na campanha contra o sarampo e poliomielite que não chegou nos 95% previsto e teve que ser prorrogada. Para Ana Paula, isso decorre da baixa divulgação e também porque não é todo mundo que acredita nas vacinas, como é o caso do Gerson Guerra, editor e dono de sebo. Guerra relata ter começado a desacreditar nas vacinas após alguns debates com seu irmão Henrique Guerra que é médico naturalista e também participante de grupos antivacina, ele admite não ter um conhecimento cientifico aprofundado, mas acredita que as vacinas além de serem descartáveis podem causar malefícios: “a gente vê histórias das vacinas, que logo após a aplicação da dose começaram a se sentir mal, como foi o caso do meu pai e meus irmãos que passaram mal após tomarem as obrigatórias, sem contar a picada nas crianças que para mim é inaceitável”. Para Ana esse tipo de atitude deve ser contestada com informação para que a pseudociência não ganhe espaço quando se trata de vidas humanas.
Novos países passam a exigir vacinação da Febre Amarela
Após surtos da doença em diversos estados entre 2017 e 2018 novos países fazem cobrança da vacina
O certificado internacional de vacinação ou profilaxia (CIVP) é um documento exigido a viajantes por diversos países. O certificado comprova que o turista fez a vacinação contra diversas doenças, evitando que ocorra a contaminação por estrangeiros.
Diversos países cobram o CIVP, após os surtos de febre amarela em Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo e Bahia entre 2017 e 2018, o documento passou a ter obrigatoriedade em outros países: Panamá, Nicarágua, Venezuela e Cuba. Ugo Maranhão, estudante de engenharia ambiental tomou a vacina novamente para ir a países vizinhos. A Organização Mundial de Saúde emitiu alerta após a terceira onda de surto de febre amarela no Brasil, em janeiro desse ano, porém os casos aumentaram desde então, e pode acontecer de outros países aderirem ao pedido do CIVP.