Curitiba é uma das 5 capitais do Brasil mais propensas a ter empregos no setor criativo

por Heloise Claumann
Curitiba é uma das 5 capitais do Brasil mais propensas a ter empregos no setor criativo

Áreas da criatividade já empregava 5% da população em 2021 na capital paranaense 

Por: Heloise Claumann | Foto: Heloise Claumann

Curitiba está entre as cinco capitais brasileiras mais propensas a desenvolver serviços na área de criatividade, segundo o Índice da Economia Criativa (IDPEC). A expectativa é que esses números aumentem. No Paraná entre 2022 e 2023 já houve o aumento de cerca de 10% trabalhadores no setor criativo, com base em dados do Observatório Itaú Cultura.


A capital paranaense foi reconhecida pelo planejamento urbano e políticas que contribuem para o desenvolvimento da economia criativa na cidade. Este setor engloba áreas de desenvolvimento de software, arquitetura, design, entretenimento, comunicação e turismo, áreas essenciais para a evolução de cidades inteligentes que buscam sustentabilidade e qualidade de vida. Em Curitiba, essa esfera já empregava cerca de 5% da população em 2021, de acordo com dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS).


O Paraná também é um dos 5 estados do Brasil que possui empresas unicórnios – título dado às empresas de tecnologia avaliadas em US$1 bilhão -.  Três delas foram desenvolvidas em Curitiba. O mais recente empreendimento que recebeu a designação é voltado à área criativa, o que representa o crescimento local desse setor.


No estado, de acordo com dados do Observatório Itaú Cultural, já no ano de 2020, o PIB da economia criativa no estado correspondia a 2,4%. As áreas que englobam esse âmbito econômico dependem de outros setores para se desenvolver, o que mostra que essa área é um conjunto de ações em diferentes âmbitos, isso impacta no crescimento ou na regressão deste setor, destaca a economista Ana Carla Reis, membro da Associação Internacional de Economia da Cultura.


A designer Kawana Paiva, que trabalha no setor, afirma que a cidade promove investimentos, principalmente, na arte que pode ser comercializada, o que abre oportunidades de estudo e emprego. “Estando no mercado, vejo o quanto de demanda uma empresa precisa em cima de designers, e o quanto as outras áreas também precisam da gente lá dentro”.

Estande de realidade virtual na Expo Smart City


A artista Lila Fisbein é formada em duas universidades relacionadas a área criativa, e afirma em como esse setor é importante para todos os tipos de empresas. Principalmente, em capitais, onde há grande demandas para desenvolvimento de artes para diferentes campos. “Curitiba é uma cidade que tem foco em cultura, arquitetura, planejamento urbano e design”.

Um exemplo de Economia Criativa são eventos como a 5° edição da Smart City Expo Curitiba, queocorreu em março de 2024.  A convenção reuniu cerca de 16 mil visita durante os  3 dias de evento, tornando-se o maior evento de Smart City (Cidade Inteligente) da América Latina. O congresso reuniu instituições privadas e governamentais para expor e debater ideias sobre desenvolvimento criativo e sustentável nas cidades.

O cenário da Economia Criativa no Brasil

No Brasil, a economia criativa está ganhando destaque ao decorrer dos anos. De acordo com Mapeamento da Indústria Criativa realizado pela Federaçã

o das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), entre 2017 e 2020, a participação do PIB Criativo no PIB do país cresceu ainda mais, aumentando de 2,61% para 2,91%. O que representa, em 2020, R$217,4 bilhões – valor comparável à produção total do setor de construção civil e superior à produção total do setor extrativista mineral.

Evidentemente, o setor cresceu no país, o que proporcionou a geração de empregos. Segundo o relatório do Ministério da economia de 2023, áreas da economia criativa gerou 4,9 milhões de empregos, apenas em 2022, o que corresponde a cerca de 10,4 milhões de trabalhadores. Ou seja, 8,5% da força de trabalho brasileira.

Embora os dados mostrem o desenvolvimento desse campo no país, ainda há grandes dificuldades para o gerenciamento do setor. Segundo a economista Ana Carla Reis, o Brasil não apresenta uma entidade responsável pela economia criativa, pois são vários departamentos que cuidam dessa esfera. Desse modo, não há uma rede integrada encarregada pela área, o que pode prejudicar o desenvolvimento, já que depende da comunicação e alinhamento de interesses de diversos âmbitos.

Estande de apresentação de inovação na Expo Smart City

As Cidades Inteligentes avançam no Brasil 

Curitiba é destaque nacional e internacional como cidade inteligente

O conceito de Smart City ou Cidade Inteligente, surgiu na década de 90, quando as corporações passaram a perceber o impacto humano no meio ambiente. A designação é dada para locais que apresentam projetos sustentáveis e que melhorem a qualidade de vida da população local. As Smarts Cities são pensadas para a melhor interação entre o meio urbano e o meio ambiente, com planejamentos focados na inclusão social, diminuição da desigualdade e na autossustentabilidade.

Em 2020, o governo brasileiro comprometeu-se com o desenvolvimento de cidades inteligentes. Nesse ano foi assinado a Carta Brasileira de Cidades Inteligentes, realizada pela Agência de Cooperação Alemã GIZ em parceria com as intuições públicas e privadas brasileiras, que propunha o comprometimento governamental com a evolução urbana voltada à sustentabilidade e qualidade de vida. O documento é baseado em 8 objetivos principais que necessitam ser desenvolvidos que englobam áreas da tecnologia, comércio local, educação e arquitetura urbana.

No ano de 2023, a capital paranaense foi reconhecida pela Fira Barcelona, como a cidade mais inteligente do mundo ganhando o prêmio World Smart City Awards. A metrópole estava concorrendo com mais 68 cidades ao redor do mundo, sendo já reconhecida desde 2018 na categoria de Smart City.

Já em pesquisas realizadas em território nacional, de acordo com a premiação do Connected Smart Cities e Mobility, realizada pelo Urban Systems em 2023, Curitiba está em segundo lugar em cidade mais inteligente. A pesquisa considerou 100 cidades no país localizadas em todas as regiões, e foi baseada principalmente na estrutura da cidade.  As 5 primeiras posições no ranking são Florianópolis (SC), Curitiba (PR), São Paulo (SP), Belo Horizonte (MG) e Niterói (RJ), as quais ganharam o selo de Connected Smart Cities 2023.



 

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