Curitiba e região sediam torneio de futebol entre seleções de imigrantes e refugiados

por Mariana Scavassin
Curitiba e região sediam torneio de futebol entre seleções de imigrantes e refugiados

Pela primeira vez em Curitiba, Copa dos Refugiados e Imigrantes busca integrar diversos povos por meio do esporte

Por Giovana Kucharski, Mariana Scavassin e Sophia Gama (Foto: Divulgação/ONG África do Coração)

Curitiba e região serão, no dias 28 e 29 deste mês, sede da terceira edição da Copa dos Refugiados e Imigrantes, promovida pela ONG África do Coração, com apoio da Secretaria da Justiça, Família e Trabalho. O projeto, realizado desde 2014 e que já reuniu 46 seleções, tem propósito de trazer visibilidade para a causa dos imigrantes e refugiados no país e promover a integração social entre eles por meio do esporte. 

Neste ano, o tema do evento será “Reserve um minuto para uma pessoa que deixou o seu país”. Na etapa paranaense, participam times formados por imigrantes e refugiados do Haiti, Venezuela, Argentina, Colômbia, Congo, Nigéria, Bolívia e Peru.

No sábado (28), as fases preliminares acontecem no Centro de Educação Física e Desporto (CED), da Universidade Federal do Paraná (UFPR). No domingo (29), no Estádio do Pinhão, em São José dos Pinhais, serão as disputas entre o terceiro e quarto lugar e a grande final da etapa regional. Além disso, o evento terá seu lançamento oficial na Secretaria Estadual de Justiça e realizará a palestra “Voz dos Refugiados/Imigrantes” no SESC Curitiba.

A Secretaria da Justiça, Família e Trabalho se coloca como parceira no combate ao racismo e a xenofobia. No site oficial, o secretário Ney Leprevost diz que a Copa “é uma excelente oportunidade de integração e congraçamento para essas pessoas que escolheram Curitiba para viver”. A etapa paranaense também terá apoio e colaboração da Superintendência de Esporte do Paraná, Caritas Regional, UFPR, OAB/PR, Federação Paranaense de Futebol e da Prefeitura de São José dos Pinhais.

Confira no mapa onde serão os jogos e eventos programados:

Número de atendimentos à migrantes e refugiados cresce 85% no Paraná em 2019

Apenas em 2019, foram registrados mais de 2,8 mil atendimentos a migrantes e refugiados de mais de 40 nacionalidades pelo Centro de Informação para Migrantes, Refugiados e Apátridas do Paraná (CEIM-PR). O número de atendimentos feitos nos cinco primeiros meses de 2019 cresceu 85% em relação ao ano anterior no mesmo período, segundo dados divulgados pela Secretaria da Justiça, Família e Trabalho do Governo do Paraná.

Entre as nacionalidades mais registradas no Paraná estão Haiti, Cuba, Síria e Venezuela. O aumento significativo se deu principalmente pela frequente chegada de migrantes venezuelanos no estado, devido ao agravamento da crise política no país. Em três anos de funcionamento, o CEIM já atendeu quase 10 mil estrangeiros procurando refúgio no Brasil.

Frente a esse aumento, principalmente em Curitiba, diversas organizações colocam-se como alternativa para a inserção dos refugiados no mercado de trabalho. Uma delas é o projeto Supera, vinculado à Universidade Livre para a Eficiência Humana (UNILEHU). O Supera tem como missão a geração de renda para pessoas em vulnerabilidade social por meio de oficinas de costura e artesanato para a confecção de produtos sustentáveis. O projeto oferece os materiais e a infraestrutura para as produção.

O imigrante haitiano Octavio Ottirus tem 43 anos e há dois mora em Curitiba. Três meses depois da chegada, iniciou a participação nos projetos do Supera. Ele considera que foi recebido na cidade com “muito carinho” e vê o projeto como algo que “ajuda em tudo”, desenvolvendo conhecimentos e práticas para auxiliá-lo na inserção no mercado de trabalho. Ottirus ainda ressalta que em breve pretende trazer sua família para o Brasil.

 

[slideshow_deploy id=’34074′]

Autor