Cresce a cada ano o números de ciclistas em Curitiba

por Fatos
Cresce a cada ano o números de ciclistas em Curitiba

Curitiba tem maior número de novos ciclistas, 80% usam bicicleta para o trabalho

Por Claudia Fernandes 

Em 2018, foi realizada uma pesquisa pelo Perfil de Ciclista Brasileiro, elaborado pela Associação Transporte Ativo em parceria com o Laboratório de Mobilidade Sustentável da Universidade Federal do Rio de Janeiro, que aponta que Curitiba foi a capital com o maior aumento de novos ciclistas do país. Esse aumento se deu pelo fato de muitos desses novos ciclistas optarem pela bicicleta como meio de transporte para irem trabalhar.

Foi o que ocorreu com Web Designer Rafael Rosa, ele começou a utilizar a bicicleta como meio de transporte há  mais ou menos oito meses e conta que essa mudança foi uma ótima escolha: “Comecei a utilizar o carro como meio de transporte para chegar até o trabalho e por quase nove meses continuei com esta rotina, até que meu carro pifou e precisei ir de bicicleta, a primeira coisa que percebi e que me animou em continuar indo de bicicleta foi que eu levava apenas cinco minutos a mais do que eu fazia com o carro. Isso sem contar o fato de me exercitar”, explica Rosa.

Mas, para Rosa, Curitiba ainda não está adaptada totalmente para os  ciclistas, muito da infraestrutura da cidade ainda tem que melhorar, além de necessitar de uma segurança mais ativa. “A maior dificuldade hoje em dia é o fato de precisar andar entre carros e ônibus em alguns trechos. Acho que as ciclovias poderiam ter um cuidado melhor e caminhos patrulhados pela Polícia, e que novos caminhos fossem feitos além da região central”.

Atualmente, a capital paranaense tem 207 quilômetros de vias cicláveis, e segundo Antônio Taboada, técnico responsável pelo projeto de Estruturação Cicloviária do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (IPPUC) , existem novas revisões para o plano cicloviário da cidade. “Estrutura cicloviária de Curitiba vai do eixo da Avenida República Argentina se estende até o centro pelo setor estrutural que vai da Rua Padre Anchieta até chegar próximo à Universidade Positivo, na Rua Deputado Heitor Alencar Furtado, onde é uma via lenta do lado da canaleta do expresso. Uma ligação entre as faculdades de Jornalismo e Ciências Agrárias da Universidade Federal do Paraná (UFPR), ligando os bairros Cabral e Juvevê, que estamos chamando de intercampi. Existe um complexo de estrutura cicloviária próximo a linha verde no Tarumã. A própria Linha Verde Norte tem um trecho grande que vai ter ciclofaixas e ciclovias”, comenta Taboada.

Essas revisões, segundo Taboada, estão dentro do Plano Diretor cicloviário de Curitiba, e têm prazos de cinco a 10 anos para serem cumpridas. Mas nada impede que haja novas previsões, que muito se devem de solicitações de moradores dos bairros durante audiências para definir quais diretrizes serão cumpridas.

Mas na visão do motorista de táxi, Luís Fernando Drula, muitos dos ciclistas são despreparados, eles não têm educação suficiente para dividir o trânsito com pedestres e com carros. Para ele muitos desses ciclistas são imprudentes e não sabem o que estão fazendo, colocando em risco a vida deles e de outras pessoas. “O certo seria haver autoescola para ciclistas também. Penso isso pela questão da sinalização, da proteção física do ciclista, pelo respeito. Como sou taxista e estou no trânsito diariamente já presenciei várias situações nas quais os ciclistas foram desrespeitosos”, comenta Drula.

A finalidade da pesquisa levantada em 2018, é trazer uma melhora na utilização da bicicleta e garantir uma melhora na interação ciclistas, pedestre e veículo, um modelo intermodal.

Aumento do números de negócios envolvendo o uso de bicicletas

Houve um aumento exponencial do números de ciclista em Curitiba, e vendo esse aumento muitos empresários vislumbraram uma forma de criar um negócio rentável

Foi o que aconteceu com Sandro Wuicik. Em um dia comum de pedalada sua bicicleta teve um problema técnico, e devido ao horário que ele estava praticando seu exercício não teria nenhum estabelecimento aberto para realizar a manutenção da sua “magrela”. “E nesse momento de perrengue eu pensei, e se existissem vending machines com equipamentos de ciclismo funcionando 24 horas por dia? O Paulo que é um dos sócios foi o grande responsável por tirar a ideia do papel. Ele foi atrás dos fornecedores, estudou muito sobre o mercado e fez os testes dos produtos que escolhemos e instalamos em Curitiba, no Posto Anjo Gabriel (no bairro Juvevê)”, conta Wuicik.

Essa ideia empreendedora ganhou o nome de Byke Sation. Nas máquinas é possível encontrar kits de reparo, lubrificantes de corrente, luzes de segurança, cadeados e até barras de proteína. Uma espécie de primeiros socorros do ciclista urbano. Hoje existem 15 vending machines espalhadas pelo Brasil, sendo sete delas aqui em Curitiba.

Outro negócio que vem utilizando a bicicleta são os aplicativos de Delivery como: James Delivery, UberEats, Rappi. Com o tempo esses aplicativos se tornaram conhecidos e trouxeram a bicicleta como instrumento de trabalho.

Eduardo Novaes é o criador do Moblibike – Cicloentregando. O aplicativo foi criado em 2015  com objetivo de auxiliar os jovens universitários a terem uma renda. Novaes é professor universitário, e percebem que seus alunos tinham dificuldade em conseguir alguma renda fixa devido às suas disponibilidades de tempo. “Nosso projeto funciona diferente dos outros aplicativos usuais, como: James Delivery, UberEats, entre outros. Nosso aplicativo tem dois nichos principais, que são  para restaurantes que têm realizado entregas de marmitex na hora do almoço e a outra é a entrega de exames de laboratórios para os consultórios. Esse modelo sai mais viável economicamente para os clientes”, explica Novaes.

Esses aplicativos trouxeram uma facilidade para uma boa parcela da população, fazendo que apenas com um toque no celular se  tenha a comida que deseja.

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