Coworkings podem ser alternativa para quem está começando a empreender

Espaços compartilhados dinamizam o trabalho e estimulam conexões entre pessoas
Por Sofia Magagnin
No Brasil, os coworkings, empresas que oferecem espaços físicos e colaborativos para empreendedores por meio da locação de offices com posições rotativas e fixas ou salas de reuniões e treinamento, estão presentes em cerca de 1.200 endereços, de acordo com o último censo realizado pela plataforma Coworking Brasil, em 2018. A cidade de Curitiba conta com 42 empresas com essa vertente e está ranqueada entre as cinco capitais que mais atuam no segmento.
De acordo com o consultor empresarial João Candido Pereira de Castro Neto, os coworkings são uma tendência forte que tem crescido há algum tempo em decorrência da situação econômica do país. Segundo ele, a oferta de emprego em empresas formais tem diminuído e as pessoas tendem a se lançar no mercado por conta própria. Durante esse percurso, recorrem aos coworkings porque enxergam a proposta como alternativa para agilizar os processos, sem que haja preocupação em relação à ambiente físico, a um custo acessível. “Para quem está ingressando no mercado é uma tendência muito interessante”, comenta.
A busca pela praticidade é um dos principais motivos que leva os empreendedores até o Nex Coworking, de Curitiba.“Com o tempo e o dinheiro que a pessoa gastaria para se preocupar com detalhes, ela está focada no negócio”, explica a assistente comercial da empresa, Lenise Mamede. O ambiente dispõe de todos os serviços necessários para que o trabalho seja viabilizado, desde o “cafezinho” até a infraestrutura.
A coworker Renata de Tullio Monteiro é jornalista, fundadora da CriaTexto, e realiza um trabalho de branding visual encontrando identidade verbal para marcas. Há cerca de um ano, trabalha ativamente em um espaço de coworking. No momento em que estava iniciando o negócio, até tentou fazer home office, mas o resultado não foi muito produtivo. “Quando se é autônomo, se você começa a ficar muito tempo em casa, começa a virar um ermitão, isolado do mundo”, pondera. Para ela, o coworking é extremamente positivo para quem tem empresas de pequeno porte, pois a possibilidade de convivência com profissionais de diversas áreas, em um único espaço, abre portas e acaba facilitando a conexão entre as pessoas. “Profissionalmente foi muito bom porque projetos foram surgindo aqui dentro em conversas no meio de cafés”.
Para a coordenadora de comunicação e marketing da Aldeia Coworking, Victoria Paiva, hoje os coworkings oferecem mais serviços do que apenas os espaços físicos para aluguel. Na própria Aldeia, por exemplo, são oferecidos cursos para desenvolvimento de novas habilidades, existem confrarias, que são
grupos de pessoas com o mesmo interesse que se reúnem toda semana para colocar a ideia em prática e também são oferecidas soluções in company para empresas por meio de palestras e eventos. “A gente deixou de ser coworking faz muito tempo. Hoje o nosso objetivo é trabalhar com essa essência de como podemos ajudar pessoas”, enfatiza.
Sob essa perspectiva, o Managing Director do Impact Hub Curitiba, Marcos Tadeu Schwartz, defende que os coworkings têm ganhado dois pilares que fortalecem ainda mais essas propostas, são eles: o modelo educacional e de impacto social. Segundo o profissional, o foco dessas vertentes vai além da locação de espaços e engloba educação empreendedora, que diz respeito à criação e realização de atividades, cursos e programas que possam ajudar os profissionais e a também a responsabilidade social, em que há preocupação em empreendedor para um bem maior, em prol da sociedade.