Copa do Mundo proporciona mistura de culturas dentro e fora de campo

A Copa do Mundo permitiu contato com turistas do mundo inteiro em trajeto especial em Porto Alegre
Por: Renan Araujo
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Quem esteve na tarde deste domingo (15), em Porto Alegre, para assistir à partida entre França e Honduras passou por um dia inesquecível e por uma experiência memorável: vivenciar a Copa do Mundo em todas as suas formas. Muito mais do que assistir a uma partida com grandes craques em um estádio moderno, o torneio mostrou que é capaz de promover a confraternização entre pessoas do mundo inteiro. Para que isso fosse possível, não faltaram atrações para entreter e integrar os torcedores no trajeto para o Estádio Beira-Rio.
O turista que caminhava em direção ao estádio tinha como grande atrativo a rota chamada Caminho do Gol. O trajeto, que fechava parcialmente para pedestres a Avenida Borges de Medeiros (uma das principais ligações da cidade), iniciava no Mercado Municipal, no centro da cidade, passava pelo local da Fifa Fan Fest e terminava no Estádio Beira-Rio. Ao longo dos cerca de 4km em linha reta, os turistas se divertiam com as diversas atrações culturais, como grupos de capoeira, trios elétricos, grupos de danças típicas gaúchas, bandas e até uma orquestra. Ao longo do caminho, serviços de saúde, de acessibilidade, de segurança e banheiros químicos também estavam à disposição de quem precisasse.
Os turistas vindos de fora do país também entravam na festa. O jogo era entre França e Honduras, mas além de franceses e hondurenhos, estavam presentes argentinos, uruguaios, americanos, ingleses, australianos, sul-africanos. Todos tiravam fotos juntos e gritavam em apoio às suas seleções. O espírito também deixou de lado a rivalidade entre Grêmio e Internacional. Torcedores de ambos os times caminhavam lado a lado em grande tranquilidade. Além de estarem com as camisas de suas seleções, muitos turistas chamavam a atenção com suas roupas e acessórios extravagantes. Era o caso dos amigos Hugo, Chris, Andy e Ryan, que vieram da África do Sul e chamavam a atenção do público om uma réplica da taça da Copa. “Nós torcemos para o Brasil. Só os brasileiros e nós podemos tocá-la”, avisava ele. A todo momento, eles eram requisitados para tirar fotos com quem passava pela Fan Fest antes do jogo entre Suíça e Equador.
O comerciante moçambicano Hugo Morgado, que vive na África do Sul e já morou no Brasil explica que o país sede dessa edição e o país africano têm muito em comum. “Os dois países são muito semelhantes. Tem em comum o esporte, praias, gente sempre bem disposta e aberta, a cultura de família. E até os mesmos problemas”, relata ele. A opinião sobre os brasileiros também é reforçada pelo estudante francês Hugo Lavanier, que também chamava a atenção ao lado dos amigos com perucas nas cores da França. Como muitos outros, ele estava pela primeira vez no Brasil. “as pessoas tem sido muito gentis, conversam com a gente e temos sido muito bem-vindos”, afirma. A estrutura do local também chamou a atenção do médico hondurenho Roberto Aguillero. “É a minha primeira vez aqui e estou me surpreendendo. Está muito bonito e muito bem preparado”, disse.
O Estádio
O Beira-Rio teve pouco mais de 43 mil pessoas e foi tomado pelos franceses. Em maioria, especialmente ao fundo de um dos gols, eles eram os mais barulhentos e animados, apesar do apoio dos brasileiros à seleção hondurenha. A única frustração dos europeus em uma vitória contagiante por 3×0 na estreia do torneio foi o problema com o som do estádio, que impediu a execução dos hinos antes da partida. Esse não foi o único problema do estádio. Com um dos acessos ao estádio fechados, as filas para entrar e sair do Beira-Rio eram grandes, assim como as filas nos banheiros. Os ônibus na volta também estavam cheios, mas a orientação dos voluntários contribuiu para que não houvesse nenhum problema. Mas nenhum dos problemas foi capaz de afetar o bom humor e a alegria de quem esteve presente no jogo. deste domingo. Hugo Morgado resume o espírito de Copa do Mundo. “É o período mais feliz a cada quatro anos”, finaliza.