Confira os destaques das semanas acadêmicas da Escola de Belas Artes

por Eduardo Veiga Nogueira
Confira os destaques das semanas acadêmicas da Escola de Belas Artes

Organizadas pelos estudantes e com apoio da PUCPR, Voz e Arte e Charneira trazem convidados para atividades online

Por Eduardo Veiga | Foto: Divulgação

Estudantes dos cursos da Escola de Belas Artes promoveram, nos últimos semanas, diversas palestras e oficinas como parte da semana acadêmica. A Voz e Arte é organizada pelo Núcleo Acadêmico de Comunicação, Artes e Design (Nacad), voltada para estudantes dos cursos de Comunicação e Artes. Já a Charneira pertence ao curso de Design. Os eventos contaram com palestras, workshops e mesas redondas com convidados que atuam no mercado.

Neste ano, a Charneira chegou a 19ª edição e a Voz e Arte, a 3ª edição. 

Confira abaixo alguns destaques dos eventos:

Sexta-feira (2):

Voz e Arte: “A gente aprendeu a trabalhar para o mundo trabalhando aqui”

Abrindo o último dia de evento, os produtores Guilherme Biglia e Lucas Sfair participaram do painel “O crescimento do audiovisual na comunicação”. Os dois atuam na área da publicidade e fazem projetos em parceria, sendo Guilherme diretor e fundador da Asteroide e Lucas sócio diretor da Canja Audio. Falando sobre as experiências pessoais, os palestrantes discutiram sobre mercado de trabalho, ação social de marcas e início na profissão.

Lucas destacou a importância da internacionalização da produção publicitária. Ele apresentou algumas propagandas feitas para empresas pela Canja Audio, dentre elas Burger King e VAIO. “O endereço importa cada vez menos”, afirma Lucas. No entanto, ele comenta que foi necessário paciência até que a produtora se estabelecesse no mercado. Estados Unidos e Barein, por exemplo, já receberam trabalhos da Canja Audio.

As duas produtoras tiveram envolvimento com a criação da bandeira dos refugiados, que ocorreu no ano de 2016. A proposta foi a criação de um símbolo para as olimpíadas do Rio de Janeiro, mas a bandeira foi adotada permanentemente. “Não é vender um produto, é vender uma ideia”, ressalta Guilherme sobre o papel da publicidade em relação à conscientização. Os palestrantes abordaram propagandas que geraram polêmica quanto ao seu conteúdo, como o comercial da Boticário do Dia dos Pais deste ano, que trouxe o ator Thammy Miranda. Guilherme falou sobre a coragem de marcas ao promoverem ideias, pois “quando você se posiciona, você não agrada todo mundo”.

Os produtores incentivaram a persistência no trabalho e a constante produção de conteúdo, mesmo no período de faculdade, que permita a criação de um portfólio. Foram respondidas dúvidas dos presentes na transmissão, que somaram cerca de 50 pessoas.

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Voz e Arte: Jornalismo Literário em discussão

Em um dos painéis das 8h,“(sobre)vivências: documentando lutas”, o jornalista Chico Felliti falou sobre sua carreira no jornalismo literário. Chico é escritor, produtor de podcasts e colaborador de veículos de comunicação, como as revistas Piauí e Galileu. A entrevista foi conduzida pelo professor Paulo Camargo, que trabalha na PUC.

Chico conversou sobre a construção de perfis e a relação que se estabelece entre o autor e a pessoa abordada no livro. O jornalista é autor dos livros “Ricardo e Vânia”, no qual escreve sobre o artista paulista conhecido como “Fofão da Augusta”; e “A Casa – a história por trás da seita de João de Deus”, que aborda a origem do medium condenado pelo estupro de pacientes.

Falando sobre seus podcasts, Chico comentou sobre as dificuldades do Muitas Vidas, trabalho documental sobre pessoas que morreram pelo covid-19. Segundo ele, o podcast não terá uma segunda temporada por conta da carga emocional presente. A pesquisa para a produção fez Chico entrar em contato com famílias que haviam perdido parentes há poucos dias. Além do Muitas Vidas, o jornalista conduz os podcasts Além do Meme e Elke: Mulher Maravilha.

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Quinta-feira (1):

Charneira: User Experience em discussão

O User Experience (UX) foi tema de duas atividades da programação de quinta-feira (1). Às 11h, participaram de uma mesa redonda Adriana Betiol, diretora fundadora da Interfácil Usabilidade de Sistemas; Ana Valéria, designer e pesquisadora; Camila Ribeiro e Carolina Andujar, UX designers; e Lary Tertuliano, UX Researcher. User Experience, ou Experiência do Usuário,  é uma área de atuação dos profissionais do design que está ligada aos recursos tecnológicos e às mídias digitais. Ela diz respeito à interação do usuário com determinado produto.

As convidadas aproveitaram também para tirar dúvidas dos participantes a respeito da atuação profissional na área, como ingressar nela e a rotina de trabalho, entre outros. Adriana, uma das palestrantes, é uma das autoras do livro “Ergonomia e usabilidade: conhecimentos, métodos e aplicações”, obra de referência dentro dos estudos da UX. 

No período da noite, às 19h, o UX foi debatido por Demian Borba a partir de suas experiências trabalhando como gerenciador de produtos na Adobe Usa. Dentre outros projetos, Demian foi gerente de produção do aplicativo AdobeXD. Além de abordar as aplicações do UX, o palestrante também indicou ferramentas e sites para ter acesso à tutoriais de como usar plataformas da empresa.

Um dos destaques de Demian ao longo da palestra foi o recurso criado pela Adobe para que tetraplégicos pudessem utilizar o Adobe XD.

Ambas as transmissões contaram com cerca de 200 pessoas.

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Voz e Arte: Mais do que uma porta, é uma esperança”

No início do segundo dia de Voz e Arte, os empresários Gabriel Castro e Janaina Santos participaram do painel “Precisamos debater a diversidade no mercado da comunicação”. Gabriel é criador do O Pão que o Viado Amassou e Janaina é sócia-proprietária do Cosmos Gastro Bar.

A discussão se deu a partir de suas experiências familiares, acadêmicas e profissionais. Os palestrantes comentaram sobre as dificuldades que tiveram na faculdade e no início da carreira com relação à sua sexualidade. Ambos apontaram situações de heteronormatividade – quando orientações sexuais diferentes da heterosexual são marginalizadas – ao longo da carreira e como isso atinge pessoas física e psicologicamente.

Janaina ressalta um caso do período em que trabalhou na Prefeitura de Curitiba. Ela conta que funcionários boicotaram uma publicação referente a casamentos comunitários que também incluíam união entre pessoas do mesmo sexo. “Nós temos contas para pagar. Ou você aceita, ou você é mandado embora”, diz Janaina.

Eles acreditam que, apesar da melhoria, é necessário que a sociedade e o mercado de trabalho evoluam quanto à diversidade nesses espaços. Para Gabriel, o debate deve ser levado à pessoas preconceituosa. Segundo ele, é preciso “democratizar a oportunidade da desconstrução”.

Ao final, Janaina se emocionou ao agradecer o convite para falar com estudantes, e destacou que “o seu sucesso é possível sendo quem você é”. Sobre as oportunidades profissionais, Janaina comentou que “mais do que uma porta, é uma esperança”.

A transmissão contou com cerca de 90 pessoas.

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Voz e Arte: 5 dicas para fortalecer o LinkedIn

Abrindo o período da tarde, a Life Coach Camila Donati apontou ideias para desenvolver um bom perfil no LinkedIn. Para direcionar sua palestra, Camila apresentou cinco dicas relacionadas à plataforma. Ela também tirou dúvidas dos participantes e explicou sobre diversas funções do LinkedIn. Seguem as dicas passadas por Camila:

1ª dica – é preencher todos os campos do perfil, investir em experiências que não sejam apenas acadêmicas e contar sobre trabalhos voluntários utilizar. A palestrante ainda ressaltou a importância de fazer uma boa foto de perfil e direcionar seu perfil ao seu foco de carreira.

2ª dica – Conte sua história. Fale sobre você, sua formação, o que você busca e cursos feitos, entre outros. Segundo Camila, é importante para o contratante conhecer um pouco sobre o contratado.

3ª dica – Adicione fotos adequadas no campo de iniciativas. Isso vai mostrar o que você fez durante a universidade e vai se conectar ainda mais com seu possível recrutador.

4ª dica – Sempre peça recomendações para professores e colegas. Camila ressalta a importância uma visão de outra pessoa sobre seu trabalho com eles durante algum tempo.

5ª dica – Valorize os campos de organização, projetos, cursos e trabalhos voluntários. De acordo com Camila, esses elementos devem ser valorizados tanto para quem já possui experiência em estágio quanto para quem não tem ainda.

Camila afirma que o LinkedIn é uma rede social e por isso é fundamental sempre buscar se conectar, principalmente, com pessoas da sua área profissional e em cargos desejados. Cerca de 40 pessoas participaram da live.

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Voz e Arte: Bate-papo com Alírio Netto, do Queen Cover Oficial

O primeiro painel do período da noite trouxe o cantor florianopolitano Alírio Netto, que conversou com os participantes sobre suas experiências da carreira de músico.  Dentre os projetos de Alírio, destacam se as bandas Shaman (ex-integrantes do Angra) e Queen Extravaganza. Nesta última, ele se apresenta junto de Brian May e Roger Taylor, integrantes da formação original do Queen. Com a banda, Alírio já realizou shows pela américa do norte e pela europa.

A conversa aconteceu às 17h.

 

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Quarta-feira (30):

Charneira: Metodologia da empatia e o Design Thinking

O jeito de pensar do design, ou Design Thinking, foi abordado pelo palestrante Marcelo Pimenta.Quem acompanhou a transmissão pode participar constantemente pelo chat, tirando dúvidas relacionadas ao tema. Marcelo buscou explicar maneiras de criar um design envolvente e atrativo, levando em consideração seu público alvo e as inovações do mercado.

Segundo alguns participantes, a palestra foi dinâmica e muito interativa. A atividade abriu a programação do período da tarde, às 14h.


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Charneira: Design em processos burocráticos

A palestrante Ana Paula Holtz conversou com os participantes sobre Legal Design, área de atuação pouco conhecida, segundo os próprios estudantes. Ana Paula é advogada-designer e apresentou técnicas que facilitam o entendimento de contratos, processos jurídicos, regulamentações, entre outros. Ela atua no mercado há 15 anos.

Os participantes também puderam ver alguns trabalhos da palestrante, como um contrato em formato de história em quadrinhos. O evento ocorreu às 11h.

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Voz e Arte: “Eu me vingo do outro porque ele não me oferece o que eu quero”

No painel de abertura do evento, às 8h, as palestrantes discutiram sobre os efeitos negativos que a cultura do cancelamento causa na sociedade por meio da internet e das redes sociais. Dentre alguns aspectos abordados, a psicóloga e professora Neuzi Barbarini destacou os problemas éticos gerados pela cultura do cancelamento. “Existe ética quando você destrói o outro?”, questionou Neuzi. “Ser ético é você abrir um canal de comunicação com o outro. É quando a gente ajuda a construir o outro”, conclui.

“Não podemos entender crime como cancelamento”, ressaltou Issaaf Karhawi, jornalista e doutora em ciências da comunicação. Ela problematiza como os usuários das mídias digitais generalizam as motivações que levam ao cancelamento. Para Issaaf, é necessário que se faça uma distinção entre, por exemplo, questões conjugais e racismo, para que as situações não sejam encaradas com a mesma gravidade.

No momento final da transmissão, os participantes enviaram perguntas pelo chat. Perguntadas sobre leis que controlem o comportamento nas mídias digitais, a repórter do jornal Metrópoles Ranyelle Andrade afirmou que a internet “não pode mais ser uma terra de ninguém”, criticando a irresponsabilidade que há, principalmente, nas redes sociais. 

Cerca de 110 pessoas participaram da live.

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Voz e Arte: “Linguagens diferentes para públicos diferentes”

Às 10h, os jornalistas e Social Medias do jornal O Estado de S. Paulo Bárbara Pereira e João Abel afirmaram que o jornalismo está migrando cada vez mais para as mídias digitais e redes sociais. O painel “Comunicação Interativa” permitiu que os participantes pudessem conhecer mais sobre o “Drops Estadão”, responsável pela criação dos stories do perfil no Instagram do jornal.

Os palestrantes tiraram dúvidas e explicaram como é o trabalho na redação. Segundo João, o perfil no Instagram é responsável, principalmente, por fidelizar “o público e criar uma marca” que possa ser associada ao jornal. Bárbara destaca que os stories podem gerar curiosidade nos usuários e atraí-los para o site com as reportagens completas. “Se eu me interessar pelos 15 segundos do story, eu vou arrastar para cima e ver a matéria”, diz Bárbara.

No início da transmissão, a coordenadora do curso de Jornalismo, Suyanne Tolentino, abriu a discussão e defendeu a valorização da profissão do jornalista. Cerca de 50 pessoas participaram da live.

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