Como a crise no mercado editorial impacta na cultura do país

por Giuliana Rossi
Como a crise no mercado editorial impacta na cultura do país

Acesso à cultura literário está sendo prejudicada pela crise nas livrarias
Por Giuliana Rossi

A crise editorial que afeta o mercado literário brasileiro traz consequências não somente econômicas para livrarias e editoras, mas também culturais e sociais para o Brasil.
O fechamento de livrarias afeta diretamente o acesso à cultura, segundo a escritora independente Júlia Bittencourt. Os eventos promovidos por livrarias, como sessão de autógrafos e palestras, são de extrema importância para leitores e consumidores que se sentem incentivados a ler e a participar de mais eventos culturais, comenta a escritora.

Júlia também expressa sua frustração com a burocracia e dificuldades que autores independentes enfrentam para ter seus livros vendidos: “as livrarias não se preocupam em criar uma sessão na loja com artistas nacionais, do estado ou da região”. Júlia acredita que se os livros de autores nacionais fossem mais valorizados dentro das livrarias e editoras, o consumo dessas obras literárias aumentaria e consequentemente incentivaria a população a ler e a escrever mais. “Com a crise, o acesso à cultura, que já era pequeno, fica reduzido”, finaliza a escritora.

A diretora de marketing da editora Sextante, Mariana de Souza Lima, acredita que a crise editorial prejudica o mercado literário, consequentemente o acesso da população aos livros: “o fechamento de livrarias é devastador”. Porém, Mariana afirma que as empresas que perduram apesar da crise, promovem mais eventos nas próprias livrarias, visando conquistar mais clientes e ao mesmo tempo abrangendo mais pessoas que passam a ter mais contato com cultura.

A crise editorial não é o único motivo pelo qual o acesso à cultura está sendo afetado, segundo o editor do blog literário “Clube dos Livros”, Rafael Neto. O editor acredita que a população brasileira nunca teve o hábito de ler e que a crise afasta ainda mais o público. “As editoras focam exclusivamente no lucro, com livros chegando a custar entre R$ 50,00 e R$ 60,00 desincentivando a compra e consumo de livros”, conta o editor, criticando o papel das editoras em relação à questão do incentivo à leitura e na acessibilidade dos livros.

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