Com pandemia, vendas do Dia das Mães podem cair 12% no Paraná

Levantamento da Fecomércio PR tem a menor expectativa para a data desde 2015
Por Letícia Fortes | Foto: Blake Wisz – Unsplash
Considerada a segunda melhor data para o comércio (perdendo apenas para o Natal), o Dia das Mães será caracterizado por uma grande redução nas vendas neste ano, devido à pandemia da Covid-19. Segundo levantamento feito pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR), 68% dos paranaenses pretendem presentear suas mães neste ano, contra um índice de 80% registrado em 2019, totalizando uma queda de 12% nas vendas.
Uma pesquisa em desenvolvimento pela Associação Comercial do Paraná aponta uma queda ainda mais significativa nas vendas. Desde 21 de março – quando houve o fechamento das lojas em respeito às medidas de isolamento social – até agora, a redução do movimento no comércio varia entre 50% e 80%, de acordo com os resultados preliminares do levantamento sobre o impacto da pandemia no comércio paranaense.
A instabilidade econômica causada pelo surto de coronavírus foi o principal fator que influenciou muitos consumidores a não comprar ou a reduzir o valor do presente para o Dia da Mães. Dados da Fecomércio PR apontam que, dentre os principais motivos de quem não irá presentear, 47% referem-se à dificuldades financeiras, 17% ao isolamento social e 9% ao desemprego ou diminuição de renda.
Delivery e online
O comércio de rua continua sendo a preferência do consumidor, correspondendo à 39% das vendas. Dentre esses consumidores, 6% deles pretendem adquirir os presentes no comércio informal e 2% em hipermercados. Com o intuito de auxiliar os pequenos e médios comerciantes a remediar o impacto da pandemia sobre as vendas, a ACP criou uma plataforma de divulgação de estabelecimentos que oferecem o serviço de delivery. No site da instituição, as lojas têm possibilidades de criar espaços para vendas online ou de filiar-se a sites de vendas online já constituídos.
Além da queda de arrecadação nas lojas físicas, a segunda tendência para este ano – apontada tanto pela Fecomércio PR quanto pela ACP – é o aumento das vendas online. Cerca de 24% dos consumidores aderiram a esse novo modelo de compra. Segundo o diretor da Fecomércio PR Rodrigo Rosalem, o isolamento social foi o principal motivo para o aumento das compras online. “Comparando com nossa sondagem de Natal em 2019, as compras online ocupavam a terceira colocação, com 11,7%. Por outro lado, as compras realizadas em shoppings na época do Natal eram 23,9%, e agora caíram quase pela metade por causa de seu fechamento”, explica Rosalem.
A pesquisa de intenção de compra realizada pela ACP confirma o diagnóstico da Federação. Segundo o levantamento, o setor com maior expectativa de retração no comércio é o das lojas de shopping centers, visto que as lojas físicas não reabriram, afetando diretamente as vendas nesses locais. A maior parte tenta encontrar espaço no mercado, seja por venda por telefone, whatsapp, online e entrega em domicílio. A ACP estima que apenas 12% dos consumidores pretendem adquirir o presente para as mães em shopping centers já autorizados a reabrir, como o Shopping São José, na região metropolitana de Curitiba.
Criatividade
Após o shopping Pátio Batel ter sido fechado em decorrência das medidas de isolamento social, a vendedora Marcella Kaspezak, da loja Farm, se reinventou profissionalmente, investindo nas vendas online e na comunicação com suas clientes via whatsapp para reduzir os impactos causados pela pandemia. Mesmo antes do fechamento, cada vendedora da Farm já tinha um código para oferecer descontos em compras online para as clientes. A venda resultava em uma comissão para a profissional identificada na transação. “No mês de abril, cada cliente que comprou e usou meu código de vendedora me ajudou muito! Agradeço a cada uma de coração”, afirma Marcella.
A expectativa para o Dia das Mães é de que 30% dos filhos invistam em roupas, bolsas ou calçados para presentear suas mães. Perfumes ou cosméticos correspondem à escolha de 15% dos paranaenses. Os que ainda não sabem o que vão comprar somam 24%.O valor médio dos presentes neste ano será de R$ 100,00, ou seja, R$ 25,00 a menos do que no ano passado, quando o valor médio do presente foi de R$ 125,00.