Colégios da rede estadual retornam às aulas presenciais no interior do Paraná

Em torno de duzentas escolas estaduais retornam as aulas, mas APP-Sindicato contesta a decisão
Por Tayná Luyse e Maria Luísa Cordeiro | Foto: Divulgação
Cerca de 200 colégios estaduais, em 68 municípios do Paraná, retornam às aulas nesta segunda-feira (10), conforme a Secretaria da Educação e do Esporte (SEED). As atividades não foram retomadas em Curitiba. O retorno ocorre, inicialmente, em cidades que já tinham voltado com as atividades presenciais e com o transporte escolar. As medidas de segurança foram mantidas a partir do ensino híbrido, em que alguns alunos irão presencialmente e outros continuaram assistindo de forma remota ao vivo. Confira aqui a lista de escolas que retornaram no dia 10/05, no Paraná.
A retomada presencial não é obrigatória aos alunos, ficando a critério de cada família analisar a melhor estratégia no momento. Será permitido o acesso à escola para aqueles que tiverem o termo de compromisso assinado pelos responsáveis autorizando o retorno.
As cidades que voltaram com as aulas dessa semana tiveram uma adesão de 65% a 70% dos alunos presentes, reporta a assessoria de imprensa da SEED. Aqueles colégios que mantiveram as portas fechadas, os alunos continuarão com as aulas no ensino remoto, por meio da plataforma Aula Paraná e das atividades impressas. “Ainda não há data definida para o retorno presencial dos colégios estaduais de Curitiba”, afirmou a assessoria. A volta de cerca de 10% das escolas do Paraná tem o intuito de acompanhar os protocolos indicados pela Secretaria de Estado da Saúde, afirma em nota o secretário estadual da educação, Renato Feder. Conforme a segurança deste pequeno grupo de escolas for confirmada, haverá ampliação gradativa até o alcance de 100% da rede de ensino.
Segundo a SEED, foram priorizadas as escolas em que os alunos estão em situação de vulnerabilidade social e sem acesso a computadores, além de contarem com poucos professores no grupo de risco. Ademais, a escolha dependeu dos índices de infectados nas cidades.
Conforme a Secretaria Estadual da Saúde (SESA), os protocolos a serem seguidos para que as aulas possam acontecer de maneira segura são:
- Distanciamento de 1,5 metro entre os alunos;
- Disponibilização de álcool em gel para estudantes e funcionários das escolas;
- Uso obrigatório de máscara dentro do colégio;
- Aferição de temperatura na entrada das escolas;
- Termo de autorização assinado pelo responsável legal.
Com a pandemia do Covid-19, as aulas das escolas públicas e privadas foram suspensas em março de 2020. Nas escolas estaduais a volta estava programada para o dia 15 de março deste ano, mas devido a piora nos números de casos do coronavírus, o retorno foi adiado para essa semana.
Posicionamento da APP-Sindicato
O retorno das aulas é preocupante para a APP-Sindicato. “A questão é que as condições epidemiológicas do Paraná não nos dão segurança de que o retorno das aulas presenciais não causará aumento da contaminação e de que o sistema de saúde pública terá estrutura para atender o eventual agravamento da Covid”, disse a diretora da APP, Vanda Santana. Sobre a possibilidade de greve, o Sindicato afirmou que já havia sido aprovada uma paralisação no dia 17 de fevereiro, em caso de retorno sem a vacinação. Hoje, a categoria já conta com alguns educadores em greve.
De acordo com o estudo encomendado pelo Sindicato, as aulas presenciais só serão retomadas com segurança, se houver vacinação em massa e restrição de circulação de pessoas. No entanto, houveram algumas questões que influenciam o retorno das aulas: “o modelo exaustivo das aulas on-line que estão sobrecarregando e levando ao adoecimento dos docentes, o alongamento do distanciamento social, o negacionismo”, disse a diretora da APP.
A vacinação dos professores ainda não tem data exata para começar, mas a expectativa da Secretaria Estadual de Saúde é de iniciar ainda esse mês, junto com a das pessoas com comorbidades. A vacina utilizada será a AstraZeneca e será destinada para a rede estadual, municipal e privadas, começando pelos discentes entre 55 e 59 anos.
De acordo com a cartilha disponibilizada pela Secretaria, de perguntas e respostas frequentes, os professores e funcionários que não se encontrem em grupos de risco deverão voltar ao trabalho presencial. Aqueles que forem do grupo de risco, só serão afastados se tiverem requisitado. Para ler as orientações na íntegra, leia aqui.