Chegada do frio a Curitiba intensifica resgate de moradores em situação de rua

por Vanessa Caroline Guimarães
Chegada do frio a Curitiba intensifica resgate de moradores em situação de rua

A preocupação da Fundação de Ação Social é com as pessoas que buscam locais mais afastados para ficar, dificultando o acolhimento

Por Vanessa Guimarães | Foto: Ben Kerckx (Pixabay)

A chegada do frio a Curitiba aumentou o trabalho das organizações que auxiliam as pessoas em situação de rua do município. Na madrugada de quarta-feira (27), a equipe da Fundação de Ação Social (FAS) fez 148 abordagens aos moradores em situação de rua pela Ação Inverno. A abordagem é feita levando-os aos acolhimentos para proteção do frio e se reinserir no convívio social, além da higienização para prevenção do novo coronavírus. Na manhã desta quinta-feira, a temperatura mínima foi de 5,6 graus Celsius, segundo o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (SIMEPAR).

Apesar do frio, 77 pessoas se recusaram a serem atendidas e 194 buscaram atendimento voluntariamente. O coordenador dos Centros Pop e Políticas Intersetoriais, Anderson Walter, afirma que a negação desses serviços podem ser por conta de dependências químicas, dificuldades financeiras, ou a não aceitação das regras das casas de acolhimento. Walter ainda diz que o maior desafio para as equipes da FAS é dar suporte ao retorno desses cidadãos aos projetos de vida.

Ação Inverno – Curitiba que Acolhe

Desde o início da Ação Inverno, a Prefeitura registrou aumento de 50 solicitações para 81, para auxílio social pela Central 156. Porém, como afirma a diretora de Atenção à População em Situação de Rua, Vanessa Resquetti, em entrevista para a agência de notícias da Prefeitura, os números são baixos em comparação com os anos anteriores. “Nas noites mais frias de anos anteriores a quantidade de protocolos abertos no 156 chegavam a 200”, explica.

De acordo com a diretora, há um mapeamento dos pontos de maior concentração de pessoas em situação de rua, mas a preocupação é com as que buscam locais mais afastados para ficar.

Desde o início da pandemia, as unidades possuem protocolos de serviço, acolhimento e desenvolvimento das atividades para prevenir a contaminação pelo coronavírus. O uso de máscaras e álcool em gel é obrigatório, também, nas abordagens. Ao chegar nos abrigos, as pessoas acolhidas devem se higienizar, através de banhos e trocas de roupas. Há dois acolhimentos abertos para os grupos de risco e para pessoas com sintomas do vírus, em Guabirotuba e Campina do Siqueira, respectivamente.

Durante as rondas, as equipes da FAS orientam as pessoas a se abrigarem nas Unidades de Acolhimento Institucional (UAI), proporcionadas pela Prefeitura Municipal. O Serviço de Acolhimento Institucional Pop Rua – UAI diz respeito à política pública para acolhimento de indivíduos com vínculos familiares rompidos ou fragilizados, em que pode ser feita a inclusão desse público no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal.

As UAI prestam serviço personalizado conforme os perfis dos cidadãos, organizando-os em grupos para proporcionar autonomia e o convívio entre si. A ação dá assistência aos cidadãos, grupos e famílias que se encontram em situação de risco e vulnerabilidade social. As modalidades de acolhimento são de passagem, residência de 6 meses até um ano (UAI) e as repúblicas, que abrigam as pessoas que já estão superando as situações de rua. Os recursos da Prefeitura mantém esses acolhimentos abertos, utilizando financiamentos federais e estaduais.

Outro projeto da Prefeitura Municipal de Curitiba, juntamente com a Fundação de Ação Social, é o Nova Morada Vida Nova, em que as pessoas em situação de rua procuram os Centros POPs e o CREAS (Centro de Referência de Assistência Social) para serem cadastradas e hospedadas em hotéis sociais. Este serviço é destinado àqueles que já estão em processo de reintegração. O CREAS é destinado àqueles que se encontram em vulnerabilidades social ou tiveram seus direitos violados. Já o CRAS prioriza os serviços ofertados à família e dificuldades financeiras.

Desde o dia 2 de março, a FAS realiza a campanha de arrecadação de alimentos, roupas e produtos de higiene e limpeza, as doações são recebidas nos 62 pontos de arrecadação, que podem ser consultados no site da fundação.

Campanhas

Outras formas de auxiliar as pessoas em situações de vulnerabilidade é se cadastrando como voluntário no site da FAS ou participando da Campanha do Agasalho, realizada pelo Sesc Paraná, e da Campanha de Doação de Alimentos e Agasalhos realizada pelo Núcleo dos Direitos Humanos (NHC) e pelo Diretório Central do Estudante (DCE) da PUCPR.

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