Brasil tem registro histórico de desemprego nos últimos dez anos

Economista alerta para necessidade de controle da crise econômica imediatamente
Por Beatriz Bleyer e Lorena Rohrich
O requerimento de seguro-desemprego aumentou mais de 69% no período de um ano no Brasil, de acordo com as estatísticas do Ministério da Economia. Na primeira quinzena de maio de 2019 foram aproximadamente 19 mil requisitos à esse direito. No mesmo período, em 2020, foram contabilizados mais de 32 mil pedidos.
O relatório divulgado pelo órgão aponta que o saldo mensal de empregos formais no Brasil em abril deste ano foi 860 mil negativos. Em 2019, no mesmo mês, o país apresentava um saldo de cerca de 129 mil. O estudo ainda indica que houve uma queda de 56% do número de admissões em ofícios entre abril de 2019 e o mesmo mês de 2020. Cerca de 600 mil pessoas foram admitidas neste ano, enquanto no ano anterior o registro era de 1.374.628. O Ministério da Economia identificou que o número de desligamentos nesse mesmo período, aumentou 17,2%. Enquanto 2019 registrou 1.245.027, neste ano o total foi de aproximadamente 1,5 milhões de desligamentos.
Especialista explica medidas para a contenção da crise
Segundo o economista, membro do Conselho de Economia do Paraná – CORECON Rodrigo de Medeiros Martins, é necessário pensarmos em ações imediatas para desacelerar a crise, não focando apenas na recuperação pós-coronavírus. “Não se sabe até onde irá a pandemia. Quanto mais tempo levar para a retomada do consumo, maior o estrago e mais tempo levará a recuperação.” O especialista afirma que a manutenção de renda e o emprego devem estar no compromisso econômico, “assim como a oferta de crédito para as empresas e investimentos em setores exportadores, que são capazes de atrair divisas ao país”, pontuou. Além disso, Martins explicou que investimentos em inovação, novos mercados e startups devem fazer parte dessas ações de recuperação.
De acordo com o membro do membro do CORECON, para diminuir os impactos da pandemia, o governo federal está injetando dinheiro na economia de várias maneiras. Estão entre elas: o perdão de dívidas dos estados, a redução da reserva compulsória dos bancos para aumentar a liquidez no sistema financeiro (mais dinheiro para crédito), a criação de recursos emergenciais para a saúde das regiões e os recursos emergenciais para garantir renda mínima à vários grupos. “Estes recursos criam um impacto direto no consumo das famílias e consequentemente na arrecadação dos estados. O mais importante é a assistência aos que necessitam de ajuda para alimentação e necessidades básicas”, afirmou Martins.