Autoridades de saúde consideram Mpox controlada no Paraná

por Lorena Loiola
Autoridades de saúde consideram Mpox controlada no Paraná

Número de casos da doença em 2024 é menor do que o registrado em 2022, quando houve o último surto no estado

Por Letícia Nogueira, Lorena Loiola e Vitoria Santin | Foto: Ari Dias/AEN

No Paraná, a Mpox é considerada pelas autoridades de saúde como controlada, uma vez que o número de casos deste ano é inferior ao do mesmo período de 2022, quando foi registrado o último surto da doença. Até hoje (4), neste ano foram registrados 16 casos, sendo 12 na capital paranaense. Em 2022, foram 278 ocorrências.

De acordo com a médica infectologista Camila Ahrens, a redução no número de casos pode ser atribuída ao aumento da imunidade na população, seja por infecção prévia ou vacinação, e às medidas de controle mais eficazes implementadas pelas autoridades de saúde. Além disso, a conscientização pública e o comportamento preventivo ajudaram a reduzir a propagação do vírus.

No dia 14 de agosto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a Mpox, conhecida como “varíola dos macacos”, como emergência de Saúde Pública Internacional. Desde 2022, a República Democrática do Congo enfrenta um surto da doença. A situação se agravou em 2024, devido à nova variante Clado 1b, que pode ser considerada mais agressiva e facilmente transmissível. Antes restrita ao Congo, a variante já chegou a países vizinhos como Quênia, Ruanda, Uganda e, por último, Suécia, deixando o mundo em alerta.

A doença

A Mpox é uma doença zoonótica viral, causada pelo mpox vírus (MPXV), do gênero Orthopoxvirus e família Poxviridae. A transmissão ocorre por meio do contato com pessoas infectadas com o vírus (beijos, abraços ou relações sexuais) ou materiais infectados.

Os principais sintomas são lesões na pele (que se assemelham a bolhas), febre, dores no corpo, calafrios e fraqueza. A partir da percepção dos sintomas, deve-se procurar uma unidade de saúde. O diagnóstico é laboratorial, por meio de teste molecular ou sequenciamento genético.

A prevenção para não contrair a doença inclui evitar contato próximo com pessoas infectadas, especialmente com suas lesões cutâneas ou fluidos corporais. Manter boa higiene das mãos, utilizando água e sabão ou álcool em gel, também é essencial. O uso de máscaras pode ser necessário em ambientes de risco, e é importante evitar o compartilhamento de objetos pessoais. A vacinação é recomendada para grupos específicos de risco.

Vacina

Existem dois tipos de vacina para a doença: Jynneos e ACAM 2000. A vacina Jynneos, produzida pela farmacêutica dinarmaquesa Bavarian Nordic, é composta pelo vírus atenuado e tem efeitos colaterais considerados leves, como dor no local da aplicação, vermelhidão e inchaço. No Brasil, a vacina teve autorização para ser distribuída em caráter excepcional e temporário na última semana, conforme divulgado no Diário Oficial da União.

A ACAM 2000, fabricada pela americana Emergent BioSolutions, possui diversas contraindicações e mais efeitos colaterais, por ser composta pelo vírus ativo. Assim, tornando-se menos segura. Além disso, uma vacina 100% nacional está sendo produzida pelo Centro de Tecnologia de Vacinas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Feita com um vírus atenuado, não replicativo, ela se torna extremamente segura, podendo ser usada em populações imunossuprimidas e gestantes. O CTVacinas divulgou que está próximo de iniciar a última etapa no desenvolvimento de um imunizante contra mpox, que é a de testes em humanos.

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