Aumento da passagem dificulta vida de moradores de Curitiba

por Victor Dobjenski
Aumento da passagem dificulta vida de moradores de Curitiba

Moradores e estudantes sofrem com o aumento de 22% feito pela URBS na passagem de ônibus na capital

Por Victor Dobjenski | Foto: Victor Dobjenski 

O aumento da passagem provocou revolta nos moradores que necessitam utilizar o transporte público para se locomover em Curitiba. Estudantes sobre a dificuldade de conseguir o passe estudantil e da qualidade ofertada no transporte. Muitos têm criticado a decisão considerando a situação financeira do país.

O estudante Ítalo Rezende comenta que nos últimos dois anos de pandemia não houve melhoras ou diferenças notórias no transporte público: “Em termos de acessibilidade, eu diria que ficou até mais difícil. Eu percebi que a quantidade de passageiros aumentou, acredito que pela situação financeira muitos recorreram ao transporte público”. Para ele, o aumento significativo deve desestimular o uso de ônibus na capital. A empresa de Urbanização de Curitiba diminuiu a circulação de ônibus devido à pandemia, porém o alto volume de passageiros que a flexibilização das medidas de segurança vem causando têm requerido a volta de 100% da frota.

O passe estudantil também é um assunto que vem gerando certa polêmica, já que a falta de divulgação desse serviço faz com que muitas poucas pessoas tenham acesso a ele. “Acho difícil conseguir ele sim, a prefeitura dificulta já que tem que ter muitos pré-requisitos, muitas coisas difíceis no caso”. De acordo com a prefeitura de Curitiba, as diretrizes para a obtenção do passe estão de acordo com as estabelecidas em 2019, e que ela também afirma que vêm tomando medidas que melhorem o transporte para seus usuários. Comparando com outros estados como São Paulo, que pede apenas uma distância mínima entre o colégio ou faculdade, Curitiba realmente parece restringir esse benefício já que na capital são apenas 2.304 estudantes cadastrados.

O vereador Dalton Borba foi uma das pessoas responsáveis tanto pelo pedido de congelamento da passagem quanto pela abertura de uma CPI cujo objetivo é investigar os gastos e o auxílio emergencial repassado à URBS com o valor de R $326 milhões. Ele explica que o objetivo é entender melhor certas cláusulas questionáveis das licitações feitas em 2010 e que só encerram em 2025. “O nosso questionamento a prefeitura é que esclareça, mas esclareça de modo que a comunidade entenda, já que quem mantém esse esquema é o cidadão que paga impostos [] esclarecer como a URBS vem gerindo esses contratos”. 

Ele também afirma que a decisão da URBS tem uma importância e um impacto direto sobre aqueles que utilizam o transporte público e, ressaltando a constituição, ele diz que a educação é dever do estado e que isso vai além de ofertar uma vaga em uma instituição, ela também contempla o acesso ao transporte que leva o estudante. Para ele, a prefeitura afirma que quanto mais pessoas recebem benefícios, mais isso onera para os outros. “O problema é que isso não pode ser visto como onerosidade, isso é um serviço público essencial que o estado tem que dar, e ele não tem que tirar isso do nosso bolso, ele tem que tirar esse dinheiro do que ele recolhe de impostos”. 

Para o parlamentar, o investimento na educação é um gasto necessário já que ele é convertido em uma melhor qualificação para o mercado e são necessárias mais políticas públicas que promovam isso: “Gastar dinheiro ao meu ver é quando você recapa ruas que já tinham asfalto bom [] Quem garante o futuro desse país hoje? É o jovem”. Também foi afirmado que houve uma briga intensa por parte de Dalton no quesito que em plena pandemia os ônibus continuavam lotados, contrariando assim a fala da URBS.

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