Ato de professores relembra datas históricas

Sindicato dos professores se reuniu com chefe da Casa Civil
Por Elias Gorayeb e Fernanda Xavier
Há exatos 29 anos, professores da capital paranaense foram as ruas para reivindicar melhores condições de trabalho e foram recebidos por policiais militares e sua cavalaria com bombas de feito moral e cães. Nesta quarta-feira (30), quase três décadas depois, os professores saíram as ruas novamente em homenagem a tal acontecimento as 10h da manhã, iniciando a passeata na Praça Santos Andrade até a Praça Nossa Senhora de Salete, em Curitiba. Em função disso, algumas escolas da rede estadual estiveram fora de serviço.
O sindicato dos trabalhadores em educação pública do paraná, APP, esteve em reunião com o chefe da Casa Civil do Paraná, Valdir Rossoni, para insistir que o governo cumpra com a lei que está em vigor, além de resolver questões propostas, como a de um reajuste de 8,53% da data-base.
De acordo com Rossoni, a folha de pagamento mensal de cada servidor que não comparecer ao trabalho hoje sofrerá um desconto.
Segundo o estudante da rede estadual Eric Alves, não há um sentimento de prejuízo já que, no futuro, essas aulas serão repostas, além disso, todos os professores têm o direito à luta.
O presidente da APP-Sindicato e professor, Hermes da Silva Leão, afirma que o ambiente escolar é algo mais hostil do que parece e de forma mais comum do que as pessoas imaginam. “A violência no cotidiano escolar é cruel, porém, menos visível para a sociedade. Ela adoece massivamente a nossa categoria e penaliza a aprendizagem dos estudantes a partir das péssimas condições de trabalho instaladas aos professores e funcionários. A sobrecarga precariza a saúde dos trabalhadores de escola. A violência é permanente, ainda mais num período de medidas de retirada de direitos”.
Para o presidente, os professores que participam dessas manifestações estão lutando pela educação e, por isso, não devem ser prejudicados levando falta, visto que lutam pelo direito de manifestarem.
Vendo pela parte legislativa, o advogado Osman Taques diz que, a partir da manifestação de 1988, foram postas em debate nas casas legislativas as reivindicações dos professores, e desde então que realmente começou a luta dos professores pelos direitos trabalhistas. Para Taques, os professores são a primeira classe que acaba sofrendo quando ocorrem mudanças, e por isso, para o advogado que é a favor da liberdade de expressão democrática: “Todo tipo de manifestação é válida, faz parte da democracia”.
O sindicato (APP) não teve seu atendimento funcionando nesta quarta, já que todos da organização estão em função da manifestação, mas, seu funcionamento retornará na quinta (31). E os alunos que não tiveram aula não serão prejudicados, visto que os professores pretendem repor as aulas.