Atletas mantém treinos em casa durante a quarentena

Com eventos esportivos adiados, técnicos e atletas de alto rendimento se reinventam para continuar a rotina de exercícios
Por Hellena César, Letícia Simão e Mariana Scavassin
As Olimpíadas de Tóquio estavam programadas para o dia 24 de julho. Porém, a crise do Covid-19 levou o evento a ser postergado para julho e agosto de 2021. Inúmeras outras competições foram pelo mesmo caminho no mundo inteiro. No Paraná, o vírus afetou campeonatos regionais como o Campeonato Paranaense de Futebol, o Campeonato Paranaense de Futebol americano e os Jogos Universitários do Paraná, forçando atletas de alto desempenho a se reinventarem a fim de que não haja impacto em seu condicionamento físico.
Uma das inovações das Olimpíadas 2020 foi o skate. O Comitê Olímpico Internacional (COI) queria dar uma cara nova para essa edição, trazendo um pouco do jovem e do esporte radical. A situação pandêmica também cancelou uma série de eventos que giravam em torno das olimpíadas, inclusive as classificatórias do skate.
O skatista profissional Luigi Cini, 17 anos, especialista nas modalidades de skate park e vertical, estava treinando sem pausa para as classificatórias. O atleta se encontra na 29° posição das 20 vagas disponíveis, com o limite sendo de 3 vagas por país. “Eu ando de skate cinco dias por semana e quando tinha um tempo livre no fim de semana também, e quatro dias por semana eu intercalava o skate com os treinos.”
Sem datas e previsão de volta, atletas, técnicos, educadores físicos e personal trainers, estão inovando e encontrando uma maneira de se exercitar e compartilhar o treino. Luigi, por depender muito de uma estrutura, se encontra sem saída ao tentar praticar seu esporte. “Eu tenho andado bem menos, eu ainda tenho a vantagem de ter uma mini rampa em casa, dá pro gasto, mas nem se compara com o que eu estou acostumado”
A ginasta Kauanny da Silva, 17 anos, estava se preparando para o Campeonato Paranaense de Ginástica Rítmica e o Torneio Regional de Ginástica Rítmica, ambos cancelados. Atualmente, conta que continua treinando em casa. “A ginástica envolve flexibilidade e se a gente fica muito tempo parada é difícil voltar ao ritmo depois”.
O técnico da ginasta envia diariamente cronogramas de treino com as explicações de cada exercício, por meio do aplicativo Google Classroom. As dúvidas acerca de qualquer exercício podem ser tiradas diretamente pela ferramenta. “É um treino aprimorado. Na preparação física, a gente usava a barra. Em casa você usa uma cadeira”, comenta.
Um dos técnicos do time feminino de futebol americano Cold Killers e também atleta do Coritiba Crocodiles, Giovane Polese, teme que esse período possa influenciar no condicionamento físico de suas atletas. O treino em casa se torna complicado, pois normalmente exige muita carga com menos repetição e sem os materiais adequados acaba diminuindo o rendimento do atleta, as corridas são muito importantes também no treinamento, principalmente os tiros mas isso demanda um espaço muito grande que poucos atletas possuem em casa.