Assentos prioritários não são respeitados nos ônibus

por Ex-alunos
Assentos prioritários não são respeitados nos ônibus

Vereador que tornar preferenciais todos os bancos dos ônibus de Curitiba

Por Guilherme Almeida, Israel Scopel, Luiz Felipe Elias

Os assentos preferenciais em ônibus de Curitiba muitas vezes são utilizados por pessoas que não necessitam deles. É bastante comum observar o desrespeito de alguns passageiros com os usuários que  são aptos a usar os assentos prioritários, como gestantes, deficientes, idosos e pessoas com criança de colo.

De acordo com a assessoria de imprensa da URBS (Urbanização de Curitiba S/A), o número de assentos prioritários nos ônibus varia entre 17% a 25% do total de cada veículo. Não há uma lei de proibição para aqueles que usam os assentos de forma incorreta, apenas orientação. Por conta disso, não existe nenhuma forma de punição aos mesmos.

A URBS afirma que é difícil identificar as pessoas que não respeitam quem tem prioridade nos coletivos e que não há estimativa aproximada de quantas reclamações chegaram até a empresa no decorrer deste ano.

Cobradores relatam desrespeito

A cobradora de ônibus Clarice Oliveira, que está há dois anos na profissão, relata que o desrespeito com aqueles que deveriam estar usando os bancos prioritários é muito grande, e que faz o que pode orientando os passageiros. Ela ressalta a necessidade de haver mais lugares prioritários, pois muitas linhas, como a dos alimentadores, lotam em diversos horários, o que dificulta ainda mais a situação.

Depoimento semelhante vem do também cobrador Adilson Gonçalves: certa vez, ao tentar ajudar uma idosa que estava em pé, ele pediu a um homem que ocupava um dos assentos prioritários que cedesse seu lugar, o passageiro se negou, alegando que pagou a passagem e tinha direito de se sentar.

Pode parecer que ter de ficar em pé no ônibus não seja algo tão difícil, porém Alvino Manuel, 71 anos, que pega vários ônibus diariamente, diz que diversas vezes se vê obrigado a ficar de pé, e que, quando vê outro idoso na mesma situação, se for possível, oferece seu próprio lugar, dizendo que, apesar de ele aguentar, muitos não têm forças para fazer o mesmo.

As empresas de ônibus e também a URBS ressaltam que orientam as pessoas através de mensagens sonoras e adesivos colados nas janelas dos coletivos, além de placas em braile com o número do ônibus para auxiliar deficientes visuais.

Passageiros dão bom exemplo 

Mas nem todo mundo que utiliza o transporte coletivo comete esse erro. Um exemplo é o caixa de supermercado Leandro Azevedo, 33 anos, que faz uso diário de ônibus. Apesar de admitir nunca ter agido ao ver o uso inadequado, ele fala que, do seu ponto de vista, não deveria nem existir assentos prioritários, e sim mais respeito para com os idosos e os outros que têm prioridade.  “Se tem um idoso de pé, tem que ceder o lugar e pronto! Acho que o fato de existirem esses assentos faz com que quem sente nos demais bancos acreditar que não precisam ceder o seu quando necessário”.

Quem também tenta criar melhorias é a empresa de Transporte Coletivo Glória LTDA. A companhia planeja criar, em parceria com a URBS, um projeto de adequação dos carros, para dobrar o número de lugares para deficientes, em especial cadeirantes.

 

Projeto de lei quer tornar prioritários todos os assentos dos coletivos

O vereador do Partido Popular Socialista (PPS) Helio Wirbiski, apresentou  um projeto de lei que prevê que todos os assentos do transporte coletivo da capital sejam de uso preferencial por idosos, obesos, gestantes e deficientes.

A proposta de Wirbiski necessita passar por análise da procuradoria jurídica e da comissão de Legislação, Justiça e Redação para então entrar em  votação. Se aprovado e sancionado pela Câmara, as empresas terão 60 dias para se adequar à nova regra.

Alguns municípios do país já aderiram a propostas semelhantes à de Wirbiski. Como era de se esperar, isso causou e continua levantando bastante polêmica.  Em Fortaleza, a lei está em vigor desde junho do ano passado. Em Santos, a lei passará a valer a partir de 25 de novembro. Assim como em Curitiba, em Caxias do Sul, o projeto ainda está em tramite na Câmara do município e deverá ser votado nos próximos meses.

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