Artigo de opinião: O reinado de quem arrisca

Por Lucca Marreiros

Athletico Paranaense e Flamengo encheram os seus torcedores de alegria ao anunciarem badaladas contratações. O lateral-esquerdo Adriano, fechou com o rubro-negro paranaense. Filipe Luís e Rafinha, foram contratados pelo Flamengo. Esses investimentos são fatores das boas administrações políticas e financeiras desses clubes. O time paranaense venceu a Copa do Brasil, realizando uma campanha quase que impecável. Obtendo altas rendas em bilheterias e com possíveis vendas de atletas, o CAP pode ter uma renda de quase R$ 300 milhões até o fim do ano. Já o Flamengo arrecadou R$ 536 milhões em 2018 e tem as contas equilibradas. Consegue brigar pelos principais títulos do país há cinco anos. A explicação para esses fenômenos é a de essas instituições reorganizaram suas receitas, com investimentos pesados em marketing e programas de sócio-torcedor, por exemplo. O Flamengo anunciou, que atingiu a marca de 150 mil sócios torcedores cadastrados no programa Mais Querido. Já o Athletico, com a conquista da Copa do Brasil, se aproximou da marca de 30 mil sócios. Além disso, lotam seus estádios facilmente, como o Flamengo, que possui a maior média de público do Brasil em 2019 (49.959) e o mais importante: não tem medo de se arriscar no mercado e em ações, postura comparável ao rubro-negro paranaense.

Esse cenário reflete bem uma arte que ainda é pouco observada no futebol brasileiro: a de ousar. Esses clubes conseguem, através de suas receitas equilibradas realizar um investimento sério, responsável e ambicioso, fugindo dos padrões quase que estagnados do futebol brasileiro. Muitos clubes, brasileiros parecem estagnados no tempo. Não conseguem mais brigar por títulos, além de possuir diversas dívidas. Esse motivo impede que esses times ousem no mercado. Os rubro-negros fazem o oposto. Não é a mesmice que murmura. É a inovação que grita.

Essas instituições conseguem marcos importantes. Enchem estádios, aumentam programas de marketing e propaganda e sensibilizam seus torcedores. A grande necessidade é analisar quais são as lições e valores que essas equipes podem oferecer a um decadente futebol brasileiro. As ideias desses clubes podem ser o caminho inicial para a realização de uma verdadeira revolução no futebol brasileiro. É interessante que os outros clubes busquem formas de se adaptar a situação futebolística do país e se inspirem em bons exemplos. Esses dois largam na frente, e o resultado se comprova ao final dos campeonatos.

Este texto faz parte da edição 320 do jornal-laboratório Comunicare